IV Domingo da Páscoa: O conhecimento como base do amor

Imagem ilustrativa de Frei Fábio Melo Vasconcelos

Por Frei Gustavo Medella

 

“Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem” (Jo 10,14).

O bom pastoreio pressupõe o conhecimento mútuo. Conhecer-se é uma das formas mais consistentes de cultivo do amor. Quando o Bom Pastor declara conhecer as ovelhas, trata-se de um conhecimento profundo, dos limites e das possibilidades, dos vícios e pecados, das sombras e das luzes. É um cuidado que abraça a integralidade do outro, celebrando suas vitórias e qualidades e relevando as derrotas e dificuldades.

Exercer um pastoreio – ou uma pastoral – ao modo do Bom Pastor pressupõe esta flexibilidade paciente de quem, com maturidade, resolve abraçar suas ovelhas não como posse, mas com espírito de parceria. Na linguagem corporativa, o bom pastor pode ser denominado como um líder autêntico, que não espezinha seus liderados, mas faz de tudo para que aqueles que estão sob sua responsabilidade desenvolvam ao máximo o potencial que possuem.

O Bom Pastor domina a arte de fazer do limão uma limonada e, da pedra que à primeira vista poderia ser rejeitada, consegue, com trabalho e paciência, extrair a verdadeira pedra angular (Cf. Sl 117) que faz a diferença na construção do Reino de Deus. Na impetuosidade instável de Pedro, o Bom Pastor enxerga a coragem e a generosidade de quem apaixonadamente se entrega a um ideal. Na aparente incredulidade de Tomé, uma chance de provocá-lo a um amadurecimento no discipulado. Na sede de poder manifestada por Tiago e João, Jesus encontra uma brecha para orientá-los no desenvolvimento do poder como serviço.

Amor e conhecimento. Eis dois importantes pilares que norteiam a prática de Jesus, o Bom Pastor. Que a Igreja, como continuadora deste divino pastoreio, se deixe guiar sem medo por estas atitudes que o Mestre ensina com a própria prática.

Fonte: Franciscanos


FREI GUSTAVO MEDELLA, OFM, é o atual Vigário Provincial e Secretário para a Evangelização da Província Franciscana da Imaculada Conceição. Fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores em 2010 e foi ordenado presbítero em 2 de julho de 2011.

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