Nesta vida, pela qual caminhamos numa breve passagem, somos todos peregrinos.
Na primeira carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 13, há um versículo muito conhecido: “Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade” (1Cor 13,13).
Doze passos foram percorridos para que vocês pudessem estar aqui celebrando hoje este momento tão especial.
Talvez nem todos se recordem, mas a primeira carta que vocês receberam tem esse tema: “A fé: investir na certeza de que Deus nos ama e fará o melhor por nós!”
Muitos que chegam na IVCA não vêm, necessariamente, motivados pela fé. Diríamos até que alguns estão na expectativa de algo bem maior, à espera de que o “céu se abra e Deus se revele”.
Mas quem está aqui hoje não é a mesma pessoa que atravessou as portas daquele salão pela primeira vez. Não! Como diz São Paulo, na epístola aos Filipenses: “(…)uma coisa faço: esquecendo-me do que fica para trás e avançando para o que está adiante, prossigo para o alvo, para o prêmio da vocação do alto, que vem de Deus em Cristo Jesus” (Fl 3,13s).
Somos todos peregrinos… E como disse nosso saudoso Papa Francisco: peregrinos da esperança! Da esperança que não engana:
“Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso” (Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do Ano 2025, N1).
Devemos, então, amados irmãos e irmãs, viver a nossa peregrinação terrena com fé e esperança. Mas sem nunca esquecer o mais importante: a caridade.
Lembrando que a caridade não é esmola. A caridade, da qual São Paulo nos fala, vem da premissa: “Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
A caridade ensinada por nosso único Senhor e Mestre, Jesus Cristo, é sinônimo de amor incondicional, tal como o amor incondicional de Deus por cada um de nós. A caridade, portanto, envolve perdão, compreensão, paciência, entrega, respeito e cuidado com o próximo e com a sua dignidade enquanto pessoa.
Não há relatos nos evangelhos de Jesus distribuindo dinheiro. Mas há inúmeras citações do Cristo nos dando o exemplo do tipo de amor do qual se trata a caridade. Portanto, “Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus (Fl 2,5). E “Qualquer que seja o ponto a que chegamos, conservemos o rumo” (Fl 3,16).
Iniciação à Vida Cristã de Adultos
Paróquia Nossa Senhora da Saúde