O Papa considera esta mensagem como uma continuidade que vai do ir e ver, do ano passado, ao escutar, como fala Santo Agostinho, com o coração.
Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos/RJ
Neste domingo da Ascensão do Senhor celebra-se, no contexto do mandato missionário dado aos Apóstolos, de ir e ensinar, o Dia Mundial das Comunicações Sociais que tem, como padroeiros, os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. Desta feita, na 56º reedição do evento comunicacional, o Papa Francisco divulgou a sua mensagem centrada no tema de “Escutar com o ouvido do coração”.
Inicia, situando a premente necessidade de sermos ouvidos como uma das demandas de humanidade e proximidade que mais sentimos e vivenciamos nos dias de hoje. O Papa considera esta mensagem como uma continuidade que vai do ir e ver, do ano passado, ao escutar, como fala Santo Agostinho, com o coração. Considera, a seguir, a escuta como condição da boa comunicação e da possibilidade de pontes e canais de verdadeira partilha e comunhão nas falas e escutas.
Da importância de superar, como afirma o filósofo Abraham Kaplan, o duólogo, que é a conversa de duas pessoas que falam para si mesmas e não se escutam, para o diálogo, no qual as pessoas procuram o encontro de duas alteridades em processo de saída e busca recíproca. É, de veras, muito desoladora a experiência das redes sociais onde, muitas vezes, se quer impor e manipular opiniões, obrigando aos outros a aceitá-las de forma acrítica, em vez de empreender o caminho contrário de escutar com atenção profunda o que os nossos irmãos têm a nos dizer, exercitando, como o Cardeal Agostinho Cassaroli, o martírio da paciência e da cordialidade na oitiva respeitosa e confiante. Na terceira parte, o Santo Padre reflete a crucial tarefa e desafio de escutar-se na Igreja, de desenvolver um autêntico apostolado do ouvido.
Fica claro, que mais importante de ter planos, estratégias, e programas, a escuta recíproca abrangente, como procedimento, processo e atitude e estilo de vida é o que garante a vivência de uma real comunhão e participação na Igreja. Finalmente, nos convida a sair da monotonia das rotinas e das falas, muitas vezes previsíveis e convencionais, a polifonia da escuta das vozes de todos/as animados e dirigidos pelo Espírito Santo. Deus seja louvado!
Fonte: Vatican News