Igrejas dos estados da região Sudeste e Sul do país organizam, no período mais rigoroso de inverno e de chuvas, espaços de acolhida para aplacar o frio e a fome neste tempo. É o caso de paróquias de Porto Alegre (RS) que estão se abrindo para abrigar moradores de rua em noites de frio.
A iniciativa funciona como um apoio à ação no ginásio Gigantinho, que desde terça-feira, 27 de junho, que serve de dormitório para os moradores de rua. Com colchões e cobertores cedidos pela instituição Mensageiro da Caridade, a promessa é de horas quentes e tranquilas de sono.
Na diocese de Guarulhos (SP), uma ação que se destaca é a coordenada pelo assessor da Pastoral de Rua, padre Paulo Leandro da Silva. Ele conta que às quartas, quintas, sextas, sábados e domingos, deste tempo frio, voluntários estão saindo às 00h, com café e chocolate, cobertores e roupas, percorrendo os locais já assistidos pela Pastoral.
“Tentamos convencer os irmãos ir para abrigos. Manteremos as equipes que saem normalmente com jantar todas as noites. Deus abençoe, Santa Dulce dos Pobres nos Proteja!”, disse o padre.
Acolhida para se refazer e aquecer o coração
Outro exemplo vem do albergue Santa Luiza de Marillac na diocese de Maringá (PR). O espaço, desde 1959, funciona como uma casa de passagem que acolhe pessoas em situação de vulnerabilidade social a quem é ofertado refeições, roupas, kits de higiene pessoal, atendimento psicossocial, banho, móveis e um local para dormir. Atualmente, cerca de 90 pessoas são atendidas pela instituição.
De acordo com o coordenador do albergue, frei Carlos Burdini, um dos alojamentos foi adaptado para esta realidade com 46 leitos (42 masculinos e 4 femininos) para pessoas em situação de rua no inverno. A partir das 19h30 são abertas as oportunidades de pernoite e encerrada às 7h da manhã do dia seguinte. “Oferecemos às pessoas as condições para não dormir nas calçadas neste período de frio mais intenso. O albergue também oferecer leite quente para aquecer o coração”.
Como serviços, o espaço oferece, todos os dias, banho quente, para quem procura o albergue, independente se é alguém que está interno nos projetos de acolhimento. “Oferecemos também roupa limpa e três refeições diárias nas semanas seguintes”, disse.
Após serem acolhidas, explica o frei, as pessoas são encaminhadas para a Casa de Passagem onde permanecem por cerca de 90 dias. Nesta fase, o espaço faz o atendimento social, psicológico e faz os encaminhamentos tendo em vista ajudar as pessoas a alcançarem sua autonomia e sair das ruas.
No tempo de “moradia provisória” na Casa de Passagem, os colaboradores do albergue trabalham para buscar uma reinserção inclusiva por meio do emprego, isto inclui ajudar as pessoas a refazer documentos básicos (como RG e CPF). O grupo ajuda os beneficiários a organizar o currículo para facilitar na disputa de vagas no mercado de trabalho.
Fonte: CNBB