Mais de 50 organizações estiveram reunidas de forma híbrida (presencial e remotamente) no encontro do Grupo de Articulação da Campanha Laudato Si’ + COP 30, realizado na última sexta-feira, 7, em Brasília (DF). Com a participação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de pastorais, organismos e movimentos eclesiais, o evento foi oportunidade de preparar a contribuição da Igreja Católica na Conferência do Clima de 2025, no Pará.
Para o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, o encontro foi momento importante para contextualizar e alinhar os trabalhos, aproveitando as forças já existentes e colocando “tudo em uma grande rede trabalhando para o ano que vem termos o momento oportuno, para falar do mundo, da Casa Comum”.
Incidência da Igreja
O encontro teve a proposta de definir ações colaborativas e o Planejamento Estratégico da Campanha Laudato Si’ + COP 30, que é uma mobilização da Igreja no Brasil no caminho de preparação em vista da COP 30, a conferência sobre o clima organizada pela ONU.
Outro objetivo foi fortalecer o grau de incidência em vista da conversão ecológica e da transformação socioambiental do planeta, à luz da Doutrina Social da Igreja, analisando as diferentes atuações brasileiras na COP 30 e as maneiras de participação ativa.
O fórum também recebeu as contribuições de outras instituições, que participaram de um processo de construção ecumênico e inter-religioso. O coordenador de Campanhas do Movimento Laudato Si’, Eduardo Nischespois Scorsatto, destaca esse aspecto da mobilização:
“As Conferências das Partes são por excelência um espaço propício para o diálogo e a ação ecumênica e inter-religiosa. Por assim dizer, as contribuições dadas pelos povos de fé historicamente contribuíram com o avanço das negociações e a viabilização dos Acordos. Tendo presente tal importância, desde o primeiro momento, organizações de outras tradições religiosas compõem o grupo de articulação e, desta maneira, se busca fortalecer a interlocução e a construção coletiva”, contou.
Processos da COP
Pela manhã, a especialista em Políticas Climáticas do Observatório do Clima, Ana Herschmann, responsável por acompanhar as negociações internacionais de clima, explicou a dinâmica das Conferências, o histórico, as possiblidades de participação da sociedade civil no processo da COP.
Herschmann destacou que, diante da intensificação das mudanças, é preciso que os compromissos pelo planeta sejam mais ousados: “Todos terão que colocar novas metas na mesa até as próximas COP´s. As metas de hoje não são suficientes, os países devem ser mais ambiciosos e aumentar seus compromissos. Será um momento decisivo para limitar o aquecimento em 1.5°C”, alertou.
Participação e mobilização
Durante a programação, foi apresentado o material para o planejamento da Campanha e de suas ações de mobilização, de modo a definir as diretrizes de trabalho.
A íntegra do material pode ser baixada aqui.
Dom Ricardo Hoepers afirmou estar satisfeito com os resultados do encontro e colocou a estrutura da Conferência Episcopal à disposição da articulação em vista da COP 30.
Para a secretária executiva da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) e assessora da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB, irmã Maria Irene Lopes, o encontro proporcionou um espaço plural de participação e de sinergia entre as organizações.
“O Fórum promoveu um debate sério e consistente que garantirá uma grande mobilização durante a COP 30 em vista da nossa Casa Comum. Neste debate, unimos nossas vozes e cada organização teve a oportunidade de compartilhar o que tem construído e o que pode oferecer para garantir uma grande mobilização da Igreja em Rede”, afirmou.
O encontro finalizou com a apresentação do Escritório da Articulação REPAM-COP 30, em Belém-PA, que tem o objetivo de fortalecer o processo de articulação dos povos amazônidas, fortalecendo suas vozes e lutas e ampliando sua capacidade de incidência política frente ao projeto “Igreja rumo à COP 30”.
Fonte: CNBB – com informações e foto da Repam-Brasil