O Jardim do Getsêmani é composto por oito oliveiras muito antigas. Segundo os evangelistas Mateus e Marcos, é o lugar onde Jesus foi traído por Judas e preso enquanto orava com seus discípulos após a última Ceia.
Fr. Eugenio Alliata, arqueólogo do Studium Biblicum Franciscanum,nos conduz a uma peregrinação às origens deste Santuário.
Fr. EUGENIO ALLIATA, ofm – Arqueólogo Studium Biblicum Franciscanum
Os franciscanos, conduzindo peregrinos vinham ao Getsêmani, e onde paravam? Paravam em um pequeno jardim com oliveiras muito antigas, chamadas “as oliveiras dos romanos”. Essas oliveiras pertenciam a proprietários muçulmanos de Jerusalém. Foram os mercadores bósnios que compraram as terras no século XVII e fizeram uma doação votiva aos cristãos. E assim o lugar foi fechado por um muro e passou a ser exclusivamente um lugar de oração. Posteriormente a Custódia quis ampliar este terreno com as oliveiras e comprou um terreno adjacente e foi precisamente neste local que veio à luz ruinas de antigas igrejas.
A igreja é mencionada pelos primeiros peregrinos, como a “igreja da oração”, porque a dedicação da igreja é para fazer memória da oração de Jesus no Getsêmani: “Pai! Tudo é possível para ti. Afasta de mim este cálice. Mas seja feita a tua vontade” Este é o centro da mensagem do lugar, a oração de Jesus. E sobre as ruinas de uma igreja bizantina do IV século foi construída a nova Igreja.
A atual Basílica foi construída entre 1922 e 1924. Para sua construção, várias nações colaboraram com grandes doações, por isso também é chamada de Basílica das Nações. O projeto da nova igreja foi confiado ao arquiteto italiano Barluzzi e Fr. Gaudenzio Orfali. No centro da basílica está a rocha da agonia de Jesus.
Em 2020, escavações arqueológicas, realizadas pelo Studium Biblicum Franciscanum de Jerusalém e pela Autoridade de Antiguidades de Israel, também trouxeram à luz um mikveh ou seja, um banho ritual judaico de 2.000 anos, uma igreja bizantina e os restos medievais de um mosteiro juntamente com algumas cisternas.
Fr. FRANCESCO PATTON, ofm – Custódio da Terra Santa
A arqueologia, neste caso, é uma confirmação daquilo que a tradição transmitiu a partir dos textos bíblicos. E quando temos esses três elementos – texto bíblico, tradição e arqueologia – podemos dizer que temos elementos de suficiente certeza para identificar o lugar.
Também as Oliveiras do Getsêmani foram submetidas à análise de especialistas em biologia e fisiologia vegetal de universidades italianas e do Conselho Nacional de Pesquisa, a pedido da Custódia da Terra Santa.
O estudo mostrou que os troncos e ramos das oliveiras têm cerca de 900 anos, o que as coloca entre as oliveiras mais antigas que se conhece. Mas não apenas isso; a raiz pode ser ainda mais antiga e todas têm o mesmo DNA o que significa que foram tiradas de uma única árvore. Também os últimos papas em peregrinação à Terra Santa, veneraram a pedra da Agonia de Jesus e Papa Paulo VI em 1964 e Papa Francisco em 2014, plantaram uma oliveira no jardim. Para cada cristão, as oliveiras constituem uma referência viva à Paixão de Cristo.
Fr. BENITO JOSÉ CHOQUE, ofm Guardião da Basílica do Getsêmani
Nesta peregrinação quaresmal de 2021, beijando a rocha da agonia do Senhor, pedimos vida e reconciliação para todos, especialmente neste tempo de pandemia, onde todos nós estamos sofrendo.
Fonte: Vatican News – Lurdinha Nunes- Jerusalém