Por Frei Gustavo Medella
Idolatria, adultério, roubo, assassinato, mentira, cobiça são palavras fortes e que causam até repulsa quando pronunciadas ou ouvidas. No entanto, nenhuma destas condutas é capaz de se criar e se reproduzir em outro ambiente a não ser no coração humano. Não se pode dizer, por exemplo, que haja uma pedra mentirosa, uma árvore invejosa ou um cachorro idólatra. Afinal, cada uma destas expressões do mal ganha forma e concretude a partir de escolhas equivocadas que a pessoa faz quando se deixa conduzir pelo próprio egoísmo ou por ilusões enganadoras.
Expulsar os vendilhões do templo, como Jesus fez no trecho do Evangelho deste 3º Domingo da Quaresma (Jo 2,13-35), pode ser uma ação simbólica do árduo trabalho que temos para retirar toda erva daninha que cada um de nós precisa extirpar de dentro de si a fim de viver de forma mais livre e harmoniosa. Com frequência precisamos lançar mão do chicote da ruptura para vencermos o egoísmo que infelizmente habita em nós.
Os mandamentos de Deus, apresentados na Primeira Leitura (Ex 20,1-17), não são uma mordaça imposta à liberdade humana. Ao contrário, representam um guia seguro para nos conduzir na jornada da vida de maneira mais construtiva e feliz. Deixar-se guiar pelos mandamentos é sempre a melhor escolha, aquela que conduz à verdadeira liberdade. Em nossa finita condição, Deus nos chama a experimentar a infinita força de seu Amor. A nós, cabe o empenho de deixar o coração livre para que a Graça divina possa nele habitar.
Fonte: Franciscanos
FREI GUSTAVO MEDELLA, OFM, é o atual Vigário Provincial e Secretário para a Evangelização da Província Franciscana da Imaculada Conceição. Fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores em 2010 e foi ordenado presbítero em 2 de julho de 2011.