Queridos (as) irmãos e irmãs,
Já no início deste novo mês, com toda a Igreja, celebramos a Solenidade de Corpus Christi. Como discípulos missionários de nosso tempo, cabe-nos a missão de manifestar ao mundo a verdadeira vida que emana da comunhão com Jesus na Eucaristia. A comunhão com seu Corpo e Sangue permite que estejamos intimamente unidos ao Senhor e dispostos a construir um mundo novo, no qual os valores do Evangelho sejam respeitados e colocados em prática. A Eucaristia é a fortaleza dos que se reconhecem limitados na capacidade de se oferecerem em favor dos irmãos e irmãs, é o poder de Deus para os que se sentem impotentes diante dos desafios da realidade que se impõe, muitas vezes resistentes à Boa Nova anunciada por Jesus Cristo.
A presença de Jesus Eucarístico nos proporciona um novo olhar sobre o mundo que nos cerca; ela nos convoca à missão de anúncio do Cristo morto e ressuscitado, e as situações obscuras são iluminadas pelo testemunho da vida e pelo anúncio convicto de que Jesus, vivo, permanece junto aos seus para a salvação da humanidade inteira. É a certeza do que Ele nos afirmou: “Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos” (Mt 28, 20).
Neste mesmo mês, iremos celebrar a festa do Sagrado Coração de Jesus, oportunidade que nos permite refletir sobre o amor de Deus, concretizado na pessoa do Filho de Deus. Na Sagrada Escritura o “coração” indica o centro da pessoa, a sede de seus sentimentos e de suas intenções. No Coração de Cristo Redentor adoramos o amor de Deus à humanidade, sua infinita misericórdia e vontade de salvar todo o gênero humano.
Cultuar e consagrar-se ao Sagrado Coração de Jesus significa adorar ao Filho de Deus que nos amou até o fim, foi transpassado por uma lança e do alto da cruz derramou sangue e água, fonte inesgotável de vida nova e eterna. Só desta fonte inesgotável de amor é que podemos tirar a força necessária para viver, amar e realizar nossa vocação e missão. Ao aprofundar nossa relação com o Coração de Jesus, reaviva-se em nós o amor de Deus; ele é acolhido em nossa vida e nos tornamos suas fiéis testemunhas.
Somos chamados a contemplar e admirar o Coração de Jesus para aprendermos o que é o amor e o que significa amar. Mais ainda, precisamos beber nesta fonte inesgotável de vida, donde brota a Igreja e seus sacramentos, para abrir-nos ao mistério de Deus e de seu amor e deixar-nos transformar por ele. Todo aquele que mergulhar no coração de Jesus e beber da água viva que ele oferece, será capaz de dar respostas a si e às necessidades do nosso tempo, nas várias dimensões da vida e atividades humanas, desde as espirituais às sociais.
Neste mês também celebraremos os 56 anos de história da nossa Igreja Diocesana. A Diocese de Itabira foi criada no dia 14 de junho de 1965 através da Bula Haud Inani do Papa São Paulo VI. O Concílio foi encerrado no dia 08 de dezembro daquele mesmo ano e no mesmo mês do encerramento se deu a instalação da mais nova diocese mineira, com a posse do primeiro bispo, Dom Marcos Antônio Noronha, no dia 29 de dezembro de 1965.
O Concílio Vaticano II (1962-1965) e a criação da Diocese de Itabira (1965) foram fatos determinantes na história da Igreja do século XX. Esses dois eventos se entrelaçam possibilitando a abertura da Igreja para o mundo e para a comunidade católica do Centro Leste Mineiro. A Diocese de Itabira logo aderiu ao conceito de Igreja Povo de Deus, retomado pelo Concílio Vaticano II e, ao longo desses anos, vem buscando e vivendo esse novo jeito de ser Igreja através do esforço incansável dos bispos, padres, diáconos, religiosos e religiosas, lideranças comunitárias e pastorais e todo o povo de Deus nesta terra de missão.
Agradecemos ao Pai de Amor e Bondade por toda a caminhada pastoral e evangelizadora de nossa Igreja Particular de Itabira-Coronel Fabriciano, ao longo de seus 56 anos. Continuemos nossa missão, iluminados pelo Evangelho, com um coração semelhante ao de Jesus, para que imitemos em nossa vida, seus exemplos de amor e caridade para com o próximo.
Que o Espírito Santo, Água Viva que brota do Pai e do Filho, nos fortaleça em nossa caminhada missionária e evangelizadora e nos ensine a respondermos com a nossa vida pessoal, familiar, comunitária e social, ao seu chamado divino em nossas comunidades eclesiais.
Por intercessão de nossa padroeira, a Mãe Aparecida, e unidos a ela, saibamos colocar nossos dons a serviço do Senhor, a fim de que sejamos colaboradores e construtores de uma Diocese em permanente estado de missão.
Itabira, 05 de junho de 2021.
Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira-Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)