De acordo com a ONU, são ao menos dois milhões os deslocados pelo conflito que eclodiu em 2 de novembro. Uma guerra marcada por assassinatos indiscriminados e violência de todo tipo contra civis, incluindo violência sexual generalizada. Mais de 4,5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, enquanto milhares de menores separados de seus pais correm o risco de abuso.
Enquanto o mundo está focado no drama afegão, o conflito continua se espalhando na região do Tigray, na Etiópia, onde as forças rebeldes da Frente de Libertação Tigray (TPLF), após reconquistar a capital Mekelle, recuperaram o controle de toda a região e partiram para a ofensiva, fazendo acordos com outros grupos armados.
A escalada dos combates – relata a agência de notícias CNS – obrigou a Igreja Católica na Etiópia a suspender a ajuda à população civil. O anúncio foi feito a uma delegação da AMECEA (Associação das Conferências Episcopais da África Oriental), pelo padre Gabriel Woldehanna, secretário-geral adjunto da Conferência Episcopal da Etiópia (CBCE).
A Igreja etíope, que coordena as ajudas com o apoio da Caritas Internationalis e de outras organizações católicas locais e internacionais, conseguiu arrecadar 1,8 milhões de dólares para a emergência humanitária, dos quais 75% já foram gastos.
A suspensão das operações humanitárias é mais um golpe contra a população civil ameaçada também pela carestia. De acordo com a ONU, são ao menos dois milhões os deslocados pelo conflito que eclodiu em 2 de novembro entre o governo de Addis Abeba liderado por Abiy Ahmed Ali e as forças separatistas da TPLF. Uma guerra marcada por assassinatos indiscriminados e violência de todo tipo contra civis, incluindo violência sexual generalizada. Mais de 4,5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, enquanto milhares de menores separados de seus pais correm o risco de abuso.
Numerosos os apelos de tantos organismos eclesiais que, nos últimos meses, invocaram a paz para a região: além dos bispos da Eritreia, também os da Etiópia pediram um cessar-fogo, juntamente com AMECEA, SECAM (Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar) e o Conselho Mundial de Igrejas.
Inúmeras também as exortações e apelos do Papa Francisco por uma solução pacífica para as discórdias e o fim da violência. Particularmente próxima das populações e da Igreja na Etiópia a AMECEA, que congrega os bispos da Eritreia, Etiópia, Quênia, Malawi, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda e Zâmbia, agora preocupados também com a possível propagação do conflito a outros países do Chifre da África.
Vatican News Service – LZ