«Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa a Ele feita e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a Igreja, que tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade, exemplo e oração, trabalha pela sua conversão» (CIC, 1422)
“O movimento litúrgico e os documentos do Concílio Vaticano II fizeram redescobrir a dimensão comunitária de toda a liturgia, também do sacramento da Confissão, por meio da celebração comunitária e a dimensão social do pecado.” A nova fórmula da absolvição, por exemplo, completamente renovada, “indica que a reconciliação comporta a graça do perdão e da paz, provenientes da misericórdia de Deus que revela ao pecador penitente seu coração de Pai.
“Os padres no Concílio Vaticano II propuseram uma renovação do Rito Penitencial, do rito da confissão. Diz assim o número 72 da Sacrosanctum Concilium: “Revejam-se o rito e as fórmulas da penitência, de modo que exprimam com mais clareza a natureza e o efeito deste sacramento” (SC, 72). Os pontos fundamentais do novo rito penitencial proposto na Ordo Paenitentiae a fim de que aconteça uma verdadeira conversão, podem ser sintetizados em alguns pontos.
1 – Disposição primária interior de conversão, sincero arrependimento dos pecados, reparação do mal cometido, confiança na misericórdia de Deus: tudo suscitado pela Palavra de Deus e expresso na oração.
2 – Dimensão eclesial da celebração também individual, na qual cada penitente se sente ajudado por toda a Igreja em sua renovação. Sua penitência é reconciliação com Deus e também com os irmãos.
3 – Importância da Palavra de Deus no iluminar a consciência e no convite à conversão. Por isso, a preparação por meio da celebração da Palavra que provoca a mudança de cada um.
4 – Verdadeiro sentido da acusação dos pecados, confessando-os ao sacerdote concretamente, para que sejam absolvidos.
5 – Reconciliação como mistério da misericórdia e do amor do Pai que me ama, que nos associa à vitória de Cristo sobre todo o pecado, renovando-nos com o dom do Espírito Santo, superando uma concepção puramente moral e legalista do pecado.
6 – Função da penitência ou reparação que deve ser redescoberta com formas mais desafiadoras e adequadas.
7 – Necessidade de unir a confissão com a proclamação da misericórdia e do louvor a Deus, num sentido pascal e festivo, tal qual o filho pródigo que recebeu uma festa pelo Pai de misericórdia, quando retornou a casa paterna. Por isso, faz sentido a conclusão do rito penitencial rendermos graças pelo perdão recebido, com alegria e ação de Graças, podendo desembocar na Eucaristia.
Fonte: Vatican News – por Padre Gerson Schmidt