Queridos(as) irmãos(ãs), paz e bem.
Na caminhada sinodal, iluminados pela Palavra de Deus e pelo magistério eclesial, sempre com a assistência do Espírito Santo, compreendemos que somos convocados a viver em estado permanente de missão.
Jesus escolhe e chama discípulos para estar com ele, forma-os e os envia até os confins da terra. Eles recebem do Mestre a ordem de continuar a mesma obra como Igreja, como comunidade de discípulos, vocacionada para a Missão. Os que acolhem o Evangelho reúnem-se em comunidade e, pelos sacramentos do Batismo e Crisma, assumem a Missão de Jesus (At 2, 41). Nesse sentido, quem entra em contato com Jesus e aceita a sua mensagem não pode guardá-la para si. A ordem é: Ide, pregai a Boa Nova a todos os povos e culturas de todos os tempos (cf. Mt 28). A Igreja sabe que anunciar a Boa Nova do Reino de Deus é a sua missão: “Eu devo”. São Paulo, consciente deste dever, chega a afirmar: “É um dever que me incumbe, e ai de mim se eu não evangelizar” (1Cor 9,16).
O Papa Francisco, em sua mensagem para Dia Mundial das missões deste ano, afirma: “continuo a sonhar com uma Igreja toda missionária e uma nova estação da ação missionária das comunidades cristãs. E repito o desejo de Moisés para o povo de Deus em caminho: ‘Quem dera que todo o povo do Senhor profetizasse’ (Nm 11, 29). Sim, oxalá todos nós sejamos na Igreja o que já somos em virtude do Batismo: profetas, testemunhas, missionários do Senhor! Com a força do Espírito Santo e até aos extremos confins da terra. Maria, Rainha das Missões, rogai por nós!” (Roma, São João de Latrão, na Solenidade da Epifania do Senhor, 6 de janeiro de 2022).
Animados pelo Ano Jubilar Missionário que nos apresenta o tema “A Igreja é missão”, cuja inspiração bíblica é “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8), concluamos o caminho de três anos onde destacamos a natureza missionária da Igreja que não se reduz a uma dimensão ou em atividades.
Jesus conclui sua missão entre os discípulos dizendo: “vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24, 48). Ser missionários de Jesus Cristo é a nossa missão. Portanto o missionário é uma pessoa que vive na fé sem fronteiras, derruba qualquer barreira, geográfica ou sociológica, religiosa ou humana, real ou virtual. De fato, aos olhos de Deus Criador realmente o mundo não tem fronteiras.
Celebrando o mês missionário, toda a Igreja é convidada a partilhar com generosidade nos dias 22 e 23 de outubro, em nossas comunidades eclesiais, os seus bens na participação da Coleta Missionária da Solidariedade. Nestes dias, as ofertas serão integralmente enviadas às Pontifícias Obras Missionárias (POM) que as repassarão ao Fundo Universal de Solidariedade para apoiar projetos no mundo inteiro.
Nós (arce)bispos dos Regionais Leste 2 (Minas Gerais) e Leste 3 (Espírito Santo), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nos preparamos para a Visita Ad Limina Apostolorum que será realizada, entre os dias 17 e 26 de outubro, em Roma, na Itália. A agenda pastoral reunirá uma comitiva de 33 (arce)bispos, dentre estes, eu, que teremos audiência com Papa Francisco, além de peregrinação aos túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo e visitas aos departamentos que integram a Cúria Romana, os Dicastérios e Secretarias.
A Visita Ad Limina Apostolorum é uma tradição muito antiga na Igreja Católica e significa no limiar, na entrada, nos limites das Basílicas dos apóstolos Pedro e Paulo. Acontece a cada cinco anos e sua finalidade é expressar a unidade, a fidelidade e a comunhão de cada (arce)bispo com o sucessor de Pedro.
Durante o período em Roma, nós (arce)bispos celebraremos a Santa Missa nas grandes basílicas, onde estão sepultados os apóstolos Pedro e Paulo. Também estão previstas reuniões nos principais Dicastérios, organismos da Cúria Romana que tratam do Episcopado, do Clero, da Doutrina da Fé, da Vida Consagrada, da Causa dos Santos, da Promoção da Evangelização, da Educação Católica e da Comunicação.
Um dos momentos mais esperados da atividade é o encontro com o Papa Francisco, que será realizado no dia 20 de outubro. Nessa visita ao Santo Padre, apresentaremos os relatórios pastorais das (arqui)dioceses, enviados meses antes. Esse documento abrange as questões administrativas, o ministério episcopal, o funcionamento da Cúria Diocesana, a vida dos sacerdotes, a situação dos seminários e das vocações, congregações religiosas, as celebrações litúrgicas, os ministérios leigos, a catequese, as escolas católicas, as pastorais e movimentos, as relações ecumênicas, a presença da Igreja nos meios de comunicação e o relacionamento com o poder público, entre outras questões.
O momento, em Roma, ainda nos proporcionará compartilhar os desafios e as experiências pastorais de nossas (arqui)dioceses e da Igreja no Brasil, recebendo assim orientações e palavras de motivação do sucessor de Pedro. No grupo também estará Dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo Metropolitano de Goiânia (GO).
Rezem por nós, bispos e arcebispos das regiões leste 2 e 3, pelo bom êxito da visita Ad Limina Apostolorum. Levo todos(as) vocês no coração de pastor, com minhas fervorosas orações.
Senhor,
vós que nos destes em São Pedro e em São Paulo, colunas da Igreja,
o perfeito testemunho de amor pelo vosso Reino,
nós vos pedimos que a visita Ad Limina, realizada pelos nossos bispos,
confirme em seus corações o ardor pastoral
e o verdadeiro amor pela vossa Igreja.
Que, à sombra da fé dos Apóstolos,
nossos pastores renovem seu zelo evangelizador
e encontrem forças para permanecerem sempre fiéis à sua missão.
Nós vos suplicamos, ó Pai, que eles,
reunidos fraternalmente e em comunhão com o Papa Francisco,
sintam-se irmanados a nós, seu rebanho,
e cresçam no compromisso de conduzir vosso povo
na mesma fé que levou São Pedro e São Paulo
a darem a vida pelo Evangelho.
Por Cristo Senhor nosso.
Amém!
No mês da Mãe Aparecida, Rainha e padroeira do Brasil e de nossa Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano, serva missionário do Pai, invoco a bênção de Deus na vida de todos(as) vocês.
Itabira, Sede do Bispado
04 de outubro de 2022
Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano