O Pe. Arnaldo Rodrigues faz uma reflexão para este domingo (12/05), o 58° Dia Mundial das Comunicações Sociais, através da mensagem do Papa sobre a “sabedoria do coração: por uma comunicação plenamente humana”. O assessor de imprensa da CNBB faz coro com o Pontífice sobre a importância nos dias de hoje, de latente Inteligência artificial, de “ajudar as pessoas a ter um pensamento crítico e capacidade de reflexão da realidade. Não negar, mas também não tornar-se totalmente submisso”.
O tema escolhido pelo Papa Francisco para o 58° Dia Mundial das Comunicações Sociais celebrado neste domingo (12/05), “Inteligência artificial e sabedoria do coração: por uma comunicação plenamente humana”, foi inspirado na mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, de 1º de janeiro: “Inteligência artificial e paz”. Segundo o Pe. Arnaldo Rodrigues, assessor de imprensa da CNBB e da reitoria da PUC-Rio, são mensagens que dão sequência ao pensamento de Francisco sobre o argumento expresso desde o início do seu pontificado em diferentes oportunidades, em especial, nas mensagens anuais destinadas aos profissionais da comunicação: “o Papa fala de uma comunicação humana, ou seja, humanizar a tecnologia”.
“Transformar o espaço da comunicação em um espaço de encontro, de diálogo. O Papa apresenta na mensagem deste ano, alguns desafios que precisam ser superados, mas o Papa mostra principalmente as oportunidades que podem ser feitas a partir de uma comunicação que realmente integra as pessoas e que seja uma comunicação que busca, acima de tudo, uma complementação, uma comunicação ética, algo que realmente possa colaborar cada vez mais para a dignidade da pessoa humana. Além da colaboração com o mundo, para a erradicação da pobreza e de tantas outras realidades que ainda precisam ser superadas.”
Ajudar as pessoas a ter pensamento crítico
E o Pontífice, recorda o Pe. Arnaldo, faz dois questionamentos principais logo no início da mensagem deste ano para o 58° Dia Mundial das Comunicações Sociais: “o que é o homem e o futuro da espécie; e como permanecer humanos e orientar para o bem a mudança cultural em curso e a evolução dos meios tecnológicos”. O assessor da CNBB destaca, fazendo coro com Francisco, como é fundamental orientar as pessoas para o uso responsável e consciente em relação às diferentes formas de comunicação:
“Em toda mensagem, o Papa, ao apresentar os desafios e ao apresentar também as oportunidades, algo que para mim ressalta bastante é que o Papa nos pede, cada vez mais, enquanto Igreja, enquanto sociedade, enquanto todas as instituições, é de ajudar as pessoas a ter um pensamento crítico, formar pessoas que tenham a capacidade de reflexão da realidade apresentada. Não negar, mas também não totalmente tornar-se submisso. Mas, de uma certa forma, criarmos essa capacidade de refletir sobre o tema e, principalmente, a partir daí, criar também mecanismos que possam integrar cada vez mais as pessoas dentro dessa realidade, tornando essa realidade cada vez mais humana de forma que possa proporcionar ao mundo e à sociedade um espaço, um ambiente realmente de diálogo e de encontro, possibilitando a comunicação plenamente humana – como o Papa fala do coração.”
Os perigos e as oportunidades a partir do coração
“Neste tempo que corre o risco de ser rico em técnica e pobre em humanidade”, escreve o Papa na mensagem, o texto aborda a importância da comunicação feita através da sabedoria do coração e orientada para uma vida mais plena da pessoa humana. E o Pe. Arnaldo conclui a reflexão da mensagem de Francisco, “muito atual para a Igreja e o mundo inteiro”, buscando as palavras do próprio Pontífice:
“Ele diz que quando decidimos com o coração, quando as nossas decisões partem daquilo que é o fundamental do ser humano, nós temos duas possibilidades. Porque ele disse que não existe uma resposta definitiva agora para tudo. Tudo depende de nós. E aí ele fala que ao recordar que cada coisa, elas estão em nossas mãos, nós devemos recordar os perigos e as oportunidades. Porque, segundo a orientação do nosso coração, cada prolongamento técnico do homem ele pode ser tanto um instrumento de amoroso serviço ou de um domínio hostil.”
Enfim, o Papa “nos pede realmente um compromisso cada vez maior que não é somente a partir da fala dele, se nós pensarmos exatamente lá no documento Inter mirifica da comunicação, do decreto conciliar, que nos pede exatamente para sermos uma presença viva dentro desses novos meios de tecnologia. Lá no número 3, do Inter mirifica, diz que devemos vivificar com Espírito humano e cristão esses meios, a fim de que correspondam à grande esperança do gênero humano”.
Andressa Collet – Vatican News