Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo Metropolitano de Uberaba/MG
Em 26 de julho de cada ano, ou no domingo próximo dessa data, celebramos o Dia Mundial dos Avós e de todos os Idosos. É uma comemoração instituída pelo Papa Francisco em 2021. Neste ano deve ser celebrado no final de semana, dia 24 de julho, refletindo sobre o tema proposto: ”Dão fruto mesmo na velhice”. Data criada para homenagear São Joaquim e Santana, os avós de Jesus Cristo.
Falar sobre os avós é pensar na experiência, na história de vida longa e recheada de riquezas vividas ininterruptamente. Ser idoso é um prêmio, um dom inestimável e superação de debilidades que acompanham o ser humano. Mesmo com o crescimento da média de vida, muitos não chegam à idade avançada. Ficam pelo caminho, normalmente ceifados por alguma circunstância inesperada.
Nos textos do Antigo Testamento encontramos a figura dos idosos. Esses anciãos recebiam um tratamento diferenciado. Eram muito valorizados e indicados para compromissos importantes. Isto aparece no diálogo de Deus com Abraão. Abraão, já fragilizado pela idade, foi desafiado diante da proposta da Aliança com o Senhor, de colocar-se como uma referência de fé para toda a humanidade.
Estamos agora num contexto diverso daquele vivenciado no passado em relação aos idosos, especialmente quando se refere aos avós. Pela dinâmica moderna, ser pessoa idosa é ser descartada e até desvalorizada, porque tem dificuldade de manipular e manusear os modernos meios de comunicação. Mas os avós exercem hoje o papel de educadores de seus netos, ocupando o espaço de dever dos pais.
Devemos homenagear carinhosamente todos os avós, não só porque têm o privilégio de uma tenra idade, mas pelo fato de suprir a ausência dos pais, que necessitam trabalhar e ficar grande parte de seu tempo distante dos filhos. Em muitos casos, são os avós que educam os netos para a vida cidadã, o valor da responsabilidade social, para a vivência de fé e os valores de uma vida autêntica.
A interação que os avós têm com os netos está dentro do contexto do convívio, diferente das possibilidades devidas aos pais. Então, o tempo que têm nesta fase da vida permite maior atenção aos netos e testemunham suas experiências de vida, transmitindo para eles todos os valores adquiridos no passado. É o encontro dos novos com a tradição, para ajudá-los no desenvolvimento humano.
Fonte: CNBB Leste 2