Dia de Finados

Imagem: foto de Cassiano K. Wehr em Unsplash

Por Frei Luiz Iakovacz

 

Em 2 de novembro, a maioria dos países ocidentais comemora o Dia de Finados. Seu principal objetivo é fortalecer a fé na ressurreição, pois os cristãos convictos creem, firmemente, que a vida continua, após a morte. Por isso, seria melhor falar em “Dia dos Fiéis Defuntos”.

Sabemos pouco de como é a vida depois da morte. Mas o que sabemos é o suficiente: é um “estado de vida” onde todos os seres humanos vivem em total harmonia entre si, e em filial alegria com Deus que é pai e mãe.

Na carta dos Romanos, o apóstolo Paulo nos deixa este precioso ensinamento: “O que nenhuma mente jamais pensou, o que nenhum olho jamais viu e nem sequer passou pelo coração humano – é isso o que Deus preparou àqueles que O amam” (Rm 2,9).

A tradição da Igreja Católica Romana é a seguinte: os primeiros cristãos visitavam, nas catacumbas, os túmulos dos que foram martirizados por causa da fé e, aí mesmo, oravam e celebravam a Ceia. No século IV, já era costume rezar pelos mortos, dentro da própria Missa.

No século X, mais exatamente em 998, o abade Odilon de Cluny estabeleceu que os mosteiros a ele confiados rezassem o Ofício dos Defuntos, no dia 2 de novembro.

A partir do século XIII, esse costume foi sendo assumido por toda a Igreja Católica.

Se, no dia 1º de novembro comemoramos Todos os Santos, uma “multidão que ninguém podia contar” (Apoc 7,9) e que, em sua maioria, não é, oficialmente, canonizada – assim também, no dia 2, lembramos os falecidos pelos quais poucos rezam.

A tradição Católica tem o costume de rezar pelos falecidos que ainda não estão na eternidade, mas no purgatório, à espera da Ressurreição.

Os dois livros de Macabeus contam a revolta daqueles que não aceitaram a imposição da cultura helênica e, em torno deste fato, formou-se um verdadeiro exército de guerra. Após uma batalha, Judas Macabeu, chefe do exército, fez uma coleta em ouro e prata e mandou-a a Jerusalém para se oferecesse um sacrifício pelo pecado dos que tombaram no combate (cf. 2Mc 12,38-43).

Por que fez isso?! O texto diz: “Ele agiu com grande retidão e nobreza, pensando na ressurreição. Se não tivesse esperança na ressurreição, seria inútil rezar pelos mortos. Por isso, mandou oferecer um sacrifício pelo pecado dos que tinham morrido para que fossem libertados do pecado” (2Mc 12,43-45).

Portanto, celebrar o Dia dos Fiéis Defuntos não é dizer que a vida acabou, mas é fortalecer a fé na Ressurreição. Assim como diz um poeta anônimo: “Há quem morre todos os dias: morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza. Morre um dia, mas nasce outro! Morre uma semente, mas nasce a flor! Morre o homem para o mundo, mas nasce para Deus”!

Fonte: Franciscanos

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