Meus irmãos e minhas irmãs, graça e paz no Senhor.
Celebramos neste mês de julho o dia dos Avós e dos Idosos. Não há história de vida presente sem que se tenha como base o passado, a história vivida e guardada na memória e no coração. Viver é um constante cuidar e aprender. Num dia somos apoiados e guiados por mãos fortes e seguras que nos sustentam aos darmos os primeiros passos, noutros, mais adiante, apoiamos esses mesmos que passam a necessitar de apoio para nos locomovermos. Assim é o ciclo natural da vida, os ensinamentos passam de geração em geração e ficam gravados na memória e, mesmo quando ela, a memória, insiste em falhar, não podemos afirmar que os sentimentos não estejam lá, guardados e presentes no coração daqueles que nos precederam.
Para esse quarto ano de Celebração do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, a ser celebrado no dia 28 de julho, o Papa Francisco escolheu como tema “Na velhice, não me abandones” (cf. Sl 71, 9). Em sua mensagem o Papa Francisco diz que “Deus nunca abandona os seus filhos; nem sequer quando a idade vai avançada e as forças já declinam, quando os cabelos ficam brancos e a função social diminui, quando a vida se torna menos produtiva e corre o risco de parecer inútil. O Senhor não olha para as aparências (cf. 1 Sam 16, 7), nem desdenha escolher aqueles que, aos olhos de muitos, parecem irrelevantes. Não descarta pedra alguma; antes, as mais ‘velhas’ são a base segura sobre a qual se podem apoiar as pedras “novas” para, todas juntas, construírem o edifício espiritual (cf. 1 Pd 2, 5).
Ao celebrarmos o Dia dos Avós e dos Idosos, faz-nos refletir que a nossa fé e nossos costumes cristãos são essencialmente transmitidos de geração em geração, pois é no seio familiar que aprendemos as primeiras orações e a vivência cristã, ainda mais hoje quando vemos crescer o número de avós e avôs que auxiliam nos cuidados diários da criação e educação dos netos para que os pais possam trabalhar para prover o sustento de suas famílias e tantas outras situações em que os avós assumem a guarda dos netos na ausência dos pais e os educam, sendo os responsáveis legais por eles. Assim, de geração em geração são transmitidos os valores e conceitos morais e cristãos aos mais novos.
O agir de Deus é sempre perfeito, a vida se constrói aos poucos, a maturidade chega devagar e é feita de passado, presente e futuro, por isso, não ignoremos os idosos, deixando-os sozinhos, como se fossem descartáveis, eles não são, sempre são úteis seus conselhos, suas orações, suas experiências e suas histórias. Eles têm marcas verdadeiras de lutas travadas em nosso favor, que não conhecemos e que apenas quem ama é capaz de lutar. E é nesse futuro, que aqueles que tanto fizeram por nós, requerem e merecem o nosso reconhecimento, um cuidado amoroso e mais presente de cada um de nós no entardecer de suas vidas. Mesmo que eles não se lembrem de nós, nós sabemos quem eles são, o que significam e a importância que tiveram em nossa vida. Aos mais ‘experientes’, nossa gratidão e amor, nossa presença constante e nossos cuidados, sempre!
O testemunho de fé, perseverança, espiritualidade, guardiões dos valores, refletem na vida da juventude, das crianças, dos netos. Os avós são revestidos de graça e bênção com um papel fundamental de conservação e valorização da família e da vida no mundo. De forma alguma serão um peso ou incômodo, mas a essência do testemunho de vida digna.
Celebremos com alegria o Dia dos Avós e Idosos e agradeçamos a Deus pelo testemunho de fé e de vida que eles nos dão. Em nossas paróquias, implantemos e fortaleçamos as Pastorais da Saúde e da Pessoa idosa para melhor assistirmos àqueles que nos inspiram tanto cuidado.
Que São Joaquim e Santa Ana intercedam a Deus por todos os vovôs, vovós e idosos.
Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira – Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)
Fonte: Diocese de Itabira