A conferência de Glasgow, que durou um dia a mais, deu ao mundo um acordo que os negociadores chamam de histórico, mas os ambientalistas chamam de diluído e inadequado. A referência é principalmente à parte que diz respeito à eliminação do carvão, mas também deve ser salientado que o fundo para a transição ecológica dos países pobres ainda está sem financiamentos.
Por Marco Guerra
O acordo alcançado “in extremis” contém muitos objetivos ambiciosos, mas segundo os observadores e movimentos para o clima, ele foi enfraquecido pela China e pela Índia na parte relativa à redução das emissões derivadas do carvão. Em particular, Nova Delhi interveio no texto final para substituir as palavras “eliminação gradual” do carvão por “redução gradual”.
Metas definidas
O presidente da COP26, Alok Sharma, fala, em todo caso, de um acordo histórico: o objetivo é manter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus Celsius dos níveis pré-industriais. O Acordo de Paris de 2015 estabelecia uma meta de 2 graus Celsius. O documento também estabelece uma meta de redução de 45% nas emissões de dióxido de carbono até 2030 para todos os estados signatários. Mudam também as diretrizes para o mercado de emissões, o “reporting format”, ou seja, as regras pelas quais os estados relatam seus resultados, e as regras para a implementação do Acordo de Paris. Satisfação também pelo acordo entre 134 países (incluindo Brasil, Rússia e China) para deter o desmatamento até 2030, com uma alocação de 19,2 bilhões de dólares.
Desapontamento entre os ambientalistas
Desapontamento, no entanto, pelo fracasso em ativar o fundo de 100 bilhões por ano de ajuda para a transição ecológica dos países pobres, uma medida também fortemente solicitada pelos mais de 60 movimentos católicos presentes em Glasgow. Críticas por parte de grupos ecológicos, a ativista Greta Thunberg renovou sua controvérsia e falou de fracasso.
Fonte: Vatican News