Meus irmãos e minhas irmãs, com desejos de alegria e paz, quero saudar a todos os fiéis da nossa querida e amada Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano: ministros ordenados, religiosos e religiosas, seminaristas, candidatos ao diaconado permanente, irmãos e irmãs de caminhada pelo santo Batismo.
Inicialmente convém recordar que em comunhão com toda a Igreja e atendendo ao convite do Papa Francisco, somos chamados a vivenciarmos neste ano que antecede ao Jubileu 2025 da Esperança o Ano da Oração. Neste ano teremos a conclusão do Sínodo sobre a Sinodalidade: comunhão, participação e missão. Seguimos acompanhando e colaborando com as reflexões necessárias.
Na verdade, sabemos por experiência que nada se pode fazer na Igreja sem o empenho de todos e todas através da oração perseverante. Jesus Cristo nos deu o exemplo e com muitas palavras exortava os discípulos e Apóstolos à oração.
O Papa Francisco sugere que “se possa dedicar o ano de 2024 a uma grande ‘sinfonia’ de oração. Oração, em primeiro lugar, para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, escutá-lo e adorá-lo. Oração, depois, para agradecer a Deus tantos dons do seu amor por nós e louvar a sua obra na criação, que a todos compromete no respeito e numa ação concreta e responsável em prol da sua salvaguarda. Oração, ainda, como voz de ‘um só coração e uma só alma’ (cf. At 4, 32), que se traduz na solidariedade e partilha do pão cotidiano.” (Carta do Papa Francisco a D. Rino Fisichella pelo Jubileu de 2025, 11 de fevereiro de 2022). Movido pelas palavras do Santo Padre, quero primeiramente convidar a todos a vivermos juntos, com intensidade e participação o Ano da Oração.
Reconhecemos que precisamos dar ainda mais esta marca à nossa ação pastoral. Não se pode dar por descontado que as pessoas já sabem orar. Os grandes mestres da espiritualidade testemunharam com sua vida e em seus escritos que a oração é um caminho que se desenvolve ao longo da vida e, precisamente, nas suas mais variadas circunstâncias. Este caminho é indispensável para aqueles e aquelas que se comprometem no seguimento de Jesus.
Gostaria de indicar algumas propostas concretas que podem contribuir para o crescimento pessoal e comunitário na vida de oração e para que nossas comunidades eclesiais e pastorais assumam sempre mais o seu papel de escolas de oração:
- Incentivar a Leitura orante da Palavra de Deus, pessoal e comunitária, facilitando o acesso a esta importante prática de vida espiritual madura.
- Adoração Eucarística semanal, de preferência às quintas-feiras, valorizando tempos de silêncio.
- Catequeses sobre a oração, podendo se servir, como base, da 4ª parte do Catecismo da Igreja Católica (sobre a Oração cristã) e dos livretos sobre a oração, produzidos pelo Dicastério para a Evangelização publicados pelas Edições CNBB.
- Retiro espiritual sobre o tema da oração com práticas de leitura orante da Palavra de Deus.
- Vigílias Eucarísticas
- Fortalecer os Grupos de Reflexão para que os lares sejam cada vez mais casas e escolas de oração.
Convido a todos a que concretizem a vivência deste Ano da Oração, em preparação para a celebração do Jubileu de 2025, através dessas e outras ações concretas. Faz-se necessário dar passos neste setor da nossa vida cristã. As propostas apresentadas não esgotam as possibilidades de práticas que garantam a vivência intensa deste Ano da Oração. No entanto elas representam um apoio para oferecer oportunidade a todos e todas de esforço comum no crescimento de comunidades orantes e evangelizadores.
O Ano da Oração, em 2024 e o da Esperança, em 2025 nos proporciona celebrar com maior intensidade o Ano Jubilar Diocesano, 2024-2025, que será iniciado no próximo dia 09 de junho nas três regiões pastorais. Neste jubileu somos chamados a re-cordar (trazer de novo ao coração) os 60 anos de nossa caminhada e a firmarmos sempre mais os passos como discípulos missionários de Jesus Cristo neste chão sagrado.
Somos chamados a vislumbrar nos fatos e acontecimentos cotidianos os sinais de Deus e no ordinário, a Graça que irrompe entre nossas fragilidades e incoerências. À luz da fé poderemos testemunhar sua presença inegável e permanente nos tempos mensuráveis (cronológicos). Um Povo que caminha no chão desse espaço missionário que hoje nos é confiado como discípulos missionários tem uma bela história, marcada por expressões de empenho de fidelidade, resistência e ousadia evangélica. Esse “rosto local” se expressa desde seus primeiros anos a partir da atenção aos tantos rostos da população deste vasto espaço de comunhão e missão. Desde nosso primeiro bispo diocesano a Igreja de Itabira-Coronel Fabriciano foi se consolidando sobre as sólidas bases da Palavra, da Eucaristia, da caridade e da ação missionária. Quantas luzes para o tempo presente, tão pleno de interpelações e desafios.
Sem tirar os olhos do retrovisor dessa bonita história, mas enraizados nela, olhamos para frente, para seguirmos confiantes no caminho da missão que o Senhor continua confiando à sua Igreja. Sabemos muito bem, no entanto, que a missão só é possível se formos “evangelizadores e evangelizados com espírito”.
O jubileu diocesano nos oferecerá oportunidade de conversão pessoal e pastoral, com os olhos fixos em Jesus. Não haverá conversão pastoral sem conversão pessoal que qualifica o evangelizador com espírito. Por isso, a celebração dos 60 anos de nossa Diocese deve ser um tempo de purificação, de crescimento na santidade devida.
O ano jubilar diocesano deverá também ser oportunidade para dar maior visibilidade à presença da Igreja na Sociedade. Iniciativas nesse sentido devem ser promovidas em todos os municípios, como serão também realizadas em sentido diocesano.
Sintamos sempre a presença de Nossa Senhora Aparecida, nossa amada padroeira, e confiemos em sua intercessão para que não falte na celebração do nosso jubileu, o vinho novo, Cristo.
Desejo a todos um abençoado Ano Jubilar Diocesano, na força da oração e da esperança.
Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira – Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)
Fonte: Diocese de Itabira