Cemitério de alegrias perdidas

Imagem de Pexels por Pixabay

Antigamente, nas cidades e povoados, era comum que os cemitérios estivessem anexos à igreja. Lá – num lugar sagrado e perto de Deus – enterravam os falecidos. Ainda hoje uma das igrejas barrocas mais bonitas de Minas, a de São Francisco de São João delRei, mantém o cemitério ao lado: nele foi sepultado o presidente Tancredo Neves.

 

Nós – que deveríamos ser templos do Espírito Santo – também temos, grudado, junto ao coração, o nosso “cemitério de alegrias mortas”. À beira das suas alamedas invisíveis, alinham-se os túmulos. Em cada um deles poderíamos ler uma inscrição:

─ “Aqui jaz a frustração da minha vida profissional”
─ “Aqui jaz a minha frustração familiar. Não soube construir uma família unida”
─ “Aqui jaz o ideal de vida que não soube transmitir aos meus filhos”
─ “Aqui jaz o bem-estar que perdi, com fracassos que fizeram cair o meu teor de vida.
─ “Aqui jaz a saúde que já não tenho mais”
─ “Aqui jaz a juventude que se foi”
─ “Aqui jaz a estrela da fé, que eu mesmo apaguei”
─ “Aqui jaz…”

Chega! Vamos sair dessas alamedas tristes, porque é preciso descobrir que a alegria é sempre possível, e que muitas das alegrias mortas podem e devem ressuscitar, redivivas ou transformadas em outras diversas, maiores do que elas.

A alegria é um sonho real

Sem alegria não se pode viver. Por isso, é preciso sonhar com a alegria, por maiores que tenham sido as nossas decepções.

Procuraremos olhar para Deus e, com a sua ajuda, introduzir-nos no nosso coração, para nele fazer um balanço sereno das alegrias frustradas e das alegrias permanentes. Ao fazer esse balanço, perguntemo-nos por quê.

Por Padre Faus – trecho do livro “As Verdadeiras Alegrias”

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