Francisco retomou hoje, 7 de agosto, as Audiências Gerais de quarta-feira. Na catequese, o Papa continuou a reflexão sobre a presença do Espírito, começando pelo ato da Criação e passando ao Novo Testamento. “O Espírito Santo é protagonista na Encarnação do Verbo:
Maria torna-se Mãe de Cristo e é figura da Igreja”
Diante das dificuldades, o Papa convidou a sempre repetir: “Nada é impossível para Deus”.O Papa Francisco, nesta manhã, 07 de agosto, retomou as tradicionais Audiências Gerais, suspensas desde 26 de junho devido à habitual pausa de verão. Com milhares de fiéis e peregrinos presentes na Sala Paulo VI, o Santo Padre deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre “O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo conduz o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança”, passando da leitura da Criação à do Novo Testamento.
“O tema de hoje é o Espírito Santo na Encarnação do Verbo”, introduziu o Pontífice, dedicando sua reflexão a Maria, esposa do Espírito e figura da Igreja, que do Espírito recebe a força para anunciar a Palavra de Deus após tê-la acolhido.
Maria concebeu pela ação do Espírito Santo
Francisco parte do dado fundamental da fé, estabelecido pela Igreja no Concílio Ecumênico de Constantinopla do ano 381 que definiu a divindade do Espírito Santo, este artigo entrou na fórmula do “Credo”, recitado em cada Missa: o Filho de Deus “se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”, e completou:
“É, portanto, um fato ecumênico de fé, porque todos os cristãos professam juntos esse mesmo Símbolo de fé. A piedade católica, desde tempos imemoriais, hauriu dela uma das suas orações diárias, o Angelus.”
Maria, esposa do Espírito Santo
Trata-se do artigo de fé, prosseguiu o Pontífice, “que permite falar de Maria como a Esposa por excelência, que é figura da Igreja”.
A Lumen gentium, observa o Papa, retoma esse paralelismo entre Maria que gera o Filho “envolvida pelo Espírito Santo” e a Igreja:
“A Igreja que contempla a sua santidade misteriosa e imita a sua caridade, cumprindo fielmente a vontade do Pai, torna-se também, ela própria, mãe, pela fiel recepção da palavra de Deus: efetivamente, pela pregação e pelo Batismo, gera para vida nova e imortal, os filhos concebidos por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus.”
Anunciar Cristo e a sua salvação
O Papa sublinha que, assim como a Virgem primeiro acolheu em si Jesus para depois dá-lo a luz, também a Igreja primeiro deve acolher a Palavra de Deus “para depois dá-la a luz com a vida e a pregação”.
Como Maria, que perguntou ao anjo que lhe anunciava a maternidade “como é possível isso?”, recebendo a resposta “o Espírito Santo descerá sobre ti”, assim “também à Igreja, diante de tarefas superiores às suas forças, surge espontaneamente a mesma pergunta”:
“Como é possível anunciar Jesus Cristo e a sua salvação a um mundo que parece procurar apenas o bem-estar neste mundo? A resposta ainda é a mesma de então: ‘Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas’ (At 1,8). Sem o Espírito Santo, a Igreja não pode ir em frente, a Igreja não cresce, a Igreja não pode pregar.”
“Para Deus nada é impossível”
“E não apenas a Igreja, mas cada batizado, cada um de nós”, enfatizou o Papa, as vezes se pergunta: “Como posso enfrentar esta situação?” Ajuda, nestes casos, recordar e repetir para si mesmo, o que o anjo disse a Virgem antes de a deixar: “Para Deus, nada é impossível”, e conclui:
“Irmãos e irmãs, retomemos então também nós, sempre, o nosso caminho com esta reconfortante certeza no coração: “Nada é impossível para Deus”. E se nós acreditarmos nisso, faremos milagres. Nada é impossível para Deus.”
Thulio Fonseca – Vatican News