Por Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)
Queridos irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste domingo, a Igreja Católica celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu. A Igreja, comunidade de fé, nas celebrações do Mês Vocacional, que este ano tem o tema: “Cristo vive! Somos suas testemunhas”, e o lema: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20,18), também convida seus filhos, a renderem graças a Deus com alegria, gratidão e esperança, pelas vocações à vida consagrada: religiosos e religiosas, consagrados e consagradas seculares.
Na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu, a liturgia nos propõe o texto do Evangelho de Lucas, capítulo 1, versículos 39 a 53, que narra a visitação de Maria a Isabel. O evangelista Lucas enriquece a narração dos fatos que precederam o nascimento de Jesus, colocando em destaque o papel único de Maria ao interno da história da salvação: ser a Mãe do Filho de Deus feito homem. Em razão disso, ela foi destinatária de algumas graças especiais, entre essas está o mistério que celebramos na Solenidade da sua Assunção ao Céu.
Diante da excepcional dignidade de Nossa Senhora, a liturgia sente, portanto, a necessidade de proclamar o Magnificat, o canto de louvor a Deus pronunciado por Maria, após o encontro e a saudação de Isabel. Nele, Nossa Senhora declara: “O Poderoso fez em mim maravilhas e Santo é o seu nome!” “Bendita és tu entre as mulheres!” – são as palavras com as quais Isabel acolhe a visita de Maria. Palavras essas que nós já repetimos milhares e milhares de vezes, e continuaremos a repetir ainda, na oração mais difundida entre os católicos no mundo: a Ave Maria.
Nós, homens e mulheres do século 21, da era digital e da difusão dos meios de comunicação social, queremos nos associar a Isabel e reconhecer que Nossa Senhora recebeu uma graça especial e única: ser a Mãe do Senhor Jesus. Maria é a bendita por Deus, porque traz consigo o fruto bendito no seu ventre. Juntos, Mãe e Filho partilham a obra da Redenção realizada com a encarnação. A Santíssima Virgem Maria foi uma Mãe que esteve sempre presente na vida do seu filho Jesus, mesmo no difícil momento em que ele fazia a entrega de sua vida ao Pai, aos pés da Cruz estava Maria. Presença de materna de amor, que no silêncio acolheu, em seu coração de mãe, as derradeiras palavras do Filho pregado na cruz.
A Santíssima Virgem Maria, que canta o Magnificat, celebra as boas ações de Deus na história do povo eleito e de toda a humanidade. O seu amor especial para com os humildes e o cumprimento de suas promessas ao povo de Israel, isto é, o envio do Messias, Salvador de todos os homens. Maria, a humilde serva do Senhor, narra a história da salvação e nos convida a louvar a Deus com ela. Ao fazermos isso, nos sentimos também envolvidos no canto do Magnificat e nas palavras de Maria, que dizem: “Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada”.
Fonte: CNBB