Campanha da Fraternidade 2023 voltará a tratar do tema da fome

O Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) definiu, na tarde desta sexta-feira, 17 de dezembro, o tema e o lema da Campanha da Fraternidade (CF) de 2023.  A escolha do tema “Fraternidade e Fome” se deu a partir da consulta feita ao Povo de Deus realizada por meio de plataformas pela internet. O lema escolhido foi “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16).

De acordo com o secretário-executivo de Campanhas e subsecretário-adjunto geral interino da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, as mais de cinco mil respostas foram discernidas levando em consideração o objetivo da Campanha da Fraternidade: “Despertar a solidariedade nos fiéis e na sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução à luz do Evangelho”.

Padre Patriky reforça que a CF é celebrada no período quaresmal e convida os católicos a imitarem a misericórdia do Pai repartindo o pão com os necessitados, fortificando nosso espírito fraterno.

A Igreja e o tema da fome

O tema da fome foi abordado na Campanha de 1985. Dois grandes eventos marcaram a Igreja no Brasil em 1985: a realização do 11º congresso Eucarístico Nacional realizado em Aparecida (SP) e a Campanha da Fraternidade. Ambas as iniciativas receberam o mesmo lema “pão para quem tem fome”. Um dos grandes temas refletidos foi o cenário da fome apresentado como “um problema crucial”.

“Quase 40 anos depois contemplamos um triste e semelhante cenário. A cada dia fica mais evidente que a pandemia sanitária da Covid-19 agravou a situação de insegurança e vulnerabilidade social”, reforça o coordenador de campanhas da CNBB.

Na Fratelli Tutti, o Papa Francisco fala do escândalo da fome e chama o atual sistema de assassino: “As crises sociais, políticas e econômicas fazem morrer à fome milhões de crianças, já reduzidas a esqueletos humanos por causa da pobreza e da fome; reina um inaceitável silêncio internacional”(n.29).

O Santo Padre adverte ainda que “a política mundial não pode deixar de colocar entre seus objetivos principais e irrenunciáveis o eliminar efetivamente a fome. Com efeito, quando a especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando-os como uma mercadora qualquer, milhões de pessoas sofrem e morrem de fome… a fome é criminosa e a alimentação é um direito inalienável”(n.189)

Fonte: CNBB

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