Bispos partilham impactos da pandemia no país em coletiva de imprensa da 58ª assembleia

Aspectos pastorais e sociais da pandemia que já devastou a vida de mais de 350 mil brasileiros, foram partilhados no início da tarde de ontem, 15 de abril, na quarta coletiva de imprensa da 58ª Assembleia Geral da CNBB. O arcebispo de Manaus (AM), dom Leonardo Steiner, e o arcebispo de Florianópolis (SC), dom Wilson Tadeu Jönck, apresentaram aos jornalistas os múltiplos desafios enfrentados nas duas regiões do país.

 

Dom Leonardo Steiner

De acordo com dom Leonardo Steiner, a falta de informação para a população por parte do governo e o sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS) agravaram o que ele chamou de ‘grande desastre’. “Cerca de 50% da população do Amazonas vive na região metropolitana de Manaus (AM). Só na periferia da capital moram cerca de 36 mil indígenas. Já na primeira onda da pandemia do novo coronavírus, mesmo com a criação de dois hospitais de campanha, a rede do SUS era insuficiente para atender a população. Muitas pessoas vieram a óbito”, disse o arcebispo.

“Desde o início da pandemia, reunimos o conselho presbiteral e foram suspensas todas as celebrações e encontros presenciais. Procuramos atender os cemitérios, que diariamente recebiam até 85 funerais. A segunda onda foi ainda mais difícil, com repercussão na grande mídia com a falta de oxigênio. Nós exportamos o vírus para outros estados com a transferência de infectados”, comentou dom Leonardo. O arcebispo ainda agradeceu a solidariedade recebida de todo o país e de organizações internacionais.

Auxílio aos empobrecidos

Dom Wilson Tadeu Jönck partilhou que em Santa Catarina, no início da pandemia, o poder público atuou ativamente no controle da transmissão vírus. Com a chegada do inverno também veio o agravamento da primeira onda da pandemia na região. “A Igreja atuou ativamente com ações de solidariedade. Quando nosso povo é solicitado, ele atende de uma forma extraordinária. Em Florianópolis (SC), frentes de ações da arquidiocese formaram um grande mutirão e muito foi arrecadado. Vivenciamos tudo isso junto com a população”, disse.

Dom Wilson Tadeu Jönck

De acordo com dados registrados da Ação Solidária Emergencial ‘Tempo de Cuidar’, a arquidiocese de Florianópolis foi a que arrecadou alimentos junto à campanha em todo o país. Foram mais de 500 toneladas de alimentos distribuídos entre a população de rua, desempregados, migrantes e outros necessitados. Também foram registrados a arrecadação de kits de higiene e equipamentos de proteção individual.

O arcebispo de Florianópolis partilhou ainda que com a redução dos números de vítimas no final de 2020, houve um relaxamento das restrições, o que acarretou no agravamento da transmissão do vírus no sul do país. “Os números em Santa Catarina ainda são altos. Hoje a grande precariedade é o atendimento nos hospitais e a falta de vagas em UTI’s”, comentou.

Segunda fase da Ação Solidária

Também participou da coletiva o bispo de Roraima, presidente da Cáritas Brasileira e 2º vice-presidente da CNBB , dom Mário Antônio da Silva. O bispo apresentou os impactos sociais trazidos pela primeira fase da ‘Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil Tempo de Cuidar’ um ano após o lançamento. Dom Mário também ressaltou que agora a Ação Solidária iniciou uma segunda fase no último domingo, 11 de abril, evidenciando o agravamento da pandemia e da fome em todo o país.

Confira o relatório com registros da primeira fase da Ação Solidária clicando (aqui).

CNBB

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