O responsável do Caminho Neocatecumenal para a evangelização no Oriente Médio explica como a Igreja católica apoia a comunidade católica do Bahrein e fala da criação do projeto para a construção da catedral de Nossa Senhora da Arábia, que o Papa visitou esta sexta-feira, onde presidiu ao encontro ecumênico e à oração pela Paz
O Bahrein é conhecido, desde sempre, como encruzilhada de intercâmbios comerciais e histórias de homens que deixaram seu país para ir a outras terras, onde encontrar trabalho e sustentar suas famílias. Por isso, este território conta, sobretudo, com a presença de imigrantes, provenientes do Paquistão, Índia ou Filipinas, todas pessoas às quais a Igreja vai ao seu encontro tentando também reunir estas famílias divididas em busca de um futuro melhor.
Apoio da Igreja
Em entrevista ao Vatican News, o padre Rino Rossi, responsável pelo Centro Internacional do Caminho Neocatecumenal na Terra Santa, no Mosteiro “Domus Galilaeae”, e pela evangelização – por parte do Caminho Neocatecumenal – no Catar, Emirados Árabes, Kuwait e Bahrein. “A Igreja fez um grandíssimo esforço e posso falar, seja em relação ao vicariato do Sul, administrado por dom Paul Hinder, seja em relação ao do Norte, administrado por dom Camilo Ballin”. Um esforço, prossegue padre Rino, para criar “estruturas de assistência aos imigrantes, envolvendo-os com celebrações em suas diversas línguas. Claro, isso não é fácil, devido às muitas línguas”.
Uma herança para o futuro
Dom Camilo Ballin, falecido na noite de Páscoa de 2020, foi o primeiro vigário apostólico do norte da Arábia, nomeado, em 2011, pelo Papa Bento XVI, que lhe confiou a guia espiritual das comunidades católicas da Arábia Saudita, Kuwait, Catar e Bahrein. Ele fez um grande trabalho.
Dom Ballin foi acometido por uma doença, que o levou à morte em pouco tempo. Mas, deixou como herança a estima e a relação com o atual rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa. O soberano deu todo o seu apoio para a construção da Catedral de Nossa Senhora da Arábia como também ao projeto, lançado pelo vigário apostólico, doando 9 mil metros quadrados de terreno para o novo local de culto.
Vínculo com o Caminho Neocatecumenal
O projeto para a construção da Catedral, que o Papa Francisco visitou, durante o encontro ecumênico e a oração pela paz, partiu da iniciativa de Kiko Argüello, fundador do Caminho Neocatecumenal. A este respeito, padre Rino acrescenta: “Dom Ballin conheceu o Movimento Neocatecumenal na Itália e, depois, também no Cairo, Egito. Por isso, pediu ao seu fundador e colaboradores, que também trabalham com uma equipe de arquitetos, para fazer o projeto da construção da Catedral do Bahrein. Mas, o projeto foi exclusivamente de Kiko Argüello, que quis colocar em prática a sua arte e estética, como também mostrar ao mundo islâmico a beleza da arte católica e a estética da Igreja. Creio que também o Papa se sente muito contente com esta visita” à catedral.
A figura do Rei
Em sua entrevista, o padre Rino Rossi descreve também a figura do Rei: “Uma pessoa muito aberta, mesmo em relação a outras religiões presentes no seu Reino,” fruto da sua visão política. “Estamos entrando em uma realidade mundial globalizada e seu Reino mantém relações com todo o Ocidente. Somos uma aldeia global, onde vigoram leis de coexistência. Por isso, o Papa concordou em participar do Fórum, também para aprofundar a relação com o Islamismo”.
Emanuela Campanile – Manama, Bahrein
