O Centro Astalli do Serviço dos Jesuítas para os Refugiados na Itália expressa solidariedade aos refugiados afegãos que vivem na Itália, recordando que nessas semanas caóticas e nestas últimas horas confusas, ‘estamos próximos aos tantos jovens refugiados que ao longo dos anos acolhemos e acompanhamos. Consideramos necessário compartilhar o aumento de sua preocupação enquanto olham atônitos e indefesos para o Afeganistão e nos pedem como fazer para colocar seus entes queridos em segurança”
“Lançamos um apelo à comunidade internacional, às instituições europeias e nacionais, para que seja dada prioridade à segurança e a proteção dos civis, pede padre Camillo Ripamonti, presidente do Centro. Devem ser criadas formas ágeis e seguras de acesso à Europa para aqueles que pretendem deixar o Afeganistão. Devemos isso a um povo que durante décadas viveu no terror e na guerra, em um país no qual estivemos diretamente envolvidos e pelo qual temos uma responsabilidade evidente”.
Comunidade João XXIII: que a Europa não dê as costas
“Unimo-nos à oração do Papa Francisco para que cesse o clamor das armas e prevaleça o diálogo”.
É o que declara o presidente da Comunidade Papa João XXIII, Giovanni Paolo Ramonda, após os desdobramentos da dramática crise humanitária em curso no Afeganistão.
“Em nossas casas de família na Itália e no exterior, recebemos muitos jovens, incluindo menores, do Afeganistão, que passaram pelos corredores humanitários de campos de refugiados na Grécia. Nas nossas casas encontram proteção, estabilidade, consolo para as suas feridas indescritíveis e contam-nos a angústia dos seus familiares que permaneceram no Afeganistão”, revela Ramonda.
“O pensamento e a oração vão para aqueles que estão sofrendo injustiças muito graves, violências, escravidão, em particular mulheres, meninas, meninos e minorias étnicas. Não podemos dar as costas a eles – conclui Ramonda -. É urgente que as instituições europeias sejam orientadas para a inclusão e acolhimento, rejeitando os repatriamentos forçados, agindo a nível político com propostas que se oponham à lógica da violência”.
Comunidade de Santo Egídio e Igrejas Protestantes: abertura urgente de corredores humanitários
A Comunidade de Santo Egídio, a Federação das Igrejas Evangélicas na Itália, bem como a Igreja Valdense, pedem por meio de uma nota que a Europa garanta a proteção dos afegãos que fogem do país.
“Nestas horas, milhares de homens, mulheres e crianças arriscam a vida simplesmente por terem acreditado nos valores da democracia, da liberdade de se expressão e de estudar. Pedimos um esforço também da Itália, que por primeiro experimentou o sucesso dos “corredores humanitários”, para que adote este instrumento para facilitar a evacuação dos refugiados afegãos.”
A nota conjunta recorda que católicos e protestantes trabalham juntos há 6 anos para construir corredores humanitários do Líbano e mais recentemente foi iniciado o corredor humanitário para 200 refugiados dos centros de detenção da Líbia, além da evacuação de outros 300.
É possível – acrescentam – ajudar os afegãos que já estão na Europa e vivem em condições precárias. Ademais, “pedimos a todos os governos europeus que suspendam as práticas de deportação já decretadas para centenas de afegãos requerentes de asilo e que foram recusados, e também que sejam reanalisados os pedidos rejeitados, dado o drama da situação no terreno.”
“Reafirmamos – conclui a nota – que a força moral e política da Europa também se constrói garantindo os direitos humanitários e a proteção àqueles que são perseguidos e já sofreram o drama da guerra”.
Fonte: Vatican News