Você já parou para pensar na importância e na simbologia do que é utilizado e de tudo aquilo que acontece durante a Santa Missa?
Pois bem, em nossa Igreja nada é feito ao acaso, há sempre uma razão de ser.
A Liturgia é o que ordena e conduz nossos ritos, a nossa maneira de cultuar, de adorar a Deus. Por isso, a partir de hoje, traremos uma série de matérias que abordam um pouco da riqueza da Liturgia Católica.
Para começar, que tal compreendermos melhor cada parte da Missa?
Vem com a gente!
A Missa, ou Celebração Eucarística, é o ponto alto da fé católica, é o culto mais sublime que oferecemos a Deus – como parte do seu povo e como parte da sua Igreja. Ela é um sacrifício do Deus Filho ao Deus Pai, em unidade com o Deus Espírito Santo.
O ritual da missa revive os momentos da Ceia do Senhor, da Sua Paixão, Morte e Ressurreição.
A missa é composta de quatro partes: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística e Ritos Finais. Em nossa Paróquia, cada uma dessas partes está devidamente identificada no “Elo Litúrgico” (folheto da missa dominical).
Marca a chegada e a reunião dos convidados (fiéis/assembleia) para o banquete do Senhor. Os Ritos Iniciais também seguem uma organização própria com:
– o Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, por minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor;
– os versículos responsoriais, conforme o Salmo 84,8: Tende compaixão de nós, Senhor – Porque somos pecadores. Manifestai, Senhor, a vossa misericórdia – E dai-nos a vossa salvação;
– as aclamações a Cristo seguidas do: “Senhor, tende piedade de nós…”
Todas as três formas são introduzidas por um convite à penitência, seguido de silêncio e concluídas pelo “Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna”. Vale ressaltar, no entanto, que essa conclusão “não possui a eficácia do sacramento da penitência” (IGMR 52).
A Liturgia da Palavra é a catequese, o ensinamento dos mistérios que são o fundamento da nossa fé. Ela é o nosso alimento espiritual. É o instante para ouvirmos o que o Senhor tem e quer nos dizer – a cada um de nós em particular, e a toda a assembleia em unidade.
“A liturgia da palavra deve ser celebrada de modo a favorecer a meditação. Deve, por isso, evitar-se completamente qualquer forma de pressa que impeça o recolhimento. Haja nela também breves momentos de silêncio, adaptados à assembleia reunida, nos quais, com a ajuda do Espírito Santo, a palavra de Deus possa ser interiorizada e se prepare a resposta pela oração” (IGMR 56).
Ela é composta pelas seguintes partes:
– 1ª Leitura – normalmente do Antigo Testamento (nos dias de semana, pode ser um trecho das Epístolas dos apóstolos ou do Apocalipse. No Tempo Pascal a leitura é extraída dos Atos dos Apóstolos)
– Salmo
– 2ª Leitura – do Novo Testamento (é reservada para os domingos e dias festivos; é retirada das Epístolas, dos Atos dos Apóstolos ou do Apocalipse)
– Aclamação – cântico que precede e nos prepara para a Proclamação do Evangelho
– Evangelho – Palavra de Deus transmitida por Jesus Cristo
– Homilia / reflexão – é feita pelo celebrante que nos desperta e alerta para a compreensão e sentido das leituras
– Profissão de fé (Creio em Deus Pai todo-poderoso…)
– Oração Universal ou Oração dos fiéis (Preces da Comunidade)
A Liturgia Eucarística é o mais belo ritual da Missa. É o momento em que se reproduz com delicadeza o ápice da Última Ceia do Senhor com seus apóstolos, momento em que o próprio Jesus Cristo instituiu a Santa Eucaristia.
“Na última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício e banquete pascal, por meio do qual, todas as vezes que o sacerdote, representando a Cristo Senhor, faz o mesmo que o Senhor fez e mandou aos discípulos que fizessem em sua memória, se torna continuamente presente o sacrifício da cruz” (IGMR 72).
A Liturgia Eucarística é composta de três partes:
– Apresentação das oferendas (Ofertório) – Jesus é a vítima do sacrifício que se realiza sobre o altar. Nele são depositados o pão e o vinho (elementos que Jesus usou na última ceia) que, após serem consagrados, se transformam no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo.
– Oração Eucarística – é o rito central da missa, o momento em que Deus recebe as nossas súplicas e santifica as oferendas transformando o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Jesus. Nesse instante todo o nosso ser se volta para o Senhor. É o sacerdote quem nos conduz, por meio desse diálogo:
_O Senhor esteja convosco.
_ Ele está no meio de nós.
_ Corações ao alto.
_ O nosso coração está em Deus.
_ Demos graças ao Senhor, nosso Deus.
_ É nosso dever e nossa salvação.
O rito prossegue até o momento da Consagração. Nele, o celebrante estende as mãos sobre o pão e o vinho e pede ao Espírito Santo que os transforme no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo. O celebrante relembra e repete os mesmos gestos de Jesus. Ergue a hóstia, oferecendo-a para a consagração e, em seguida, o cálice oferecendo também o vinho para ser consagrado. Aí reside o mistério da nossa fé: pão e vinho adquirem as propriedades do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, é a transubstanciação. Reconhecendo isso, dizemos:
_ “Toda vez que comemos deste pão e bebemos deste cálice anunciamos, Senhor, a Vossa morte e proclamamos a Vossa ressurreição”.
A oração eucarística é composta pelos seguintes elementos principais (IGMR 79):
– Rito da Comunhão – momento em que os fiéis se preparam para receber o Corpo de Cristo. Está dividido em quatro partes:
1ª. Oração dominical – instante em que suplicamos ao Pai com a oração perfeita: o “Pai Nosso”.
2ª. Rito da Paz – o sacerdote recorda o momento em que Jesus diz aos apóstolos: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”.
3ª. Fração do Pão – o sacerdote parte o pão eucarístico e coloca uma parte no cálice com o vinho consagrado. O gesto da fração, praticado por Cristo na última Ceia, e que serviu para designar, nos tempos apostólicos, toda a ação eucarística, significa que os fiéis, apesar de muitos, se tornam um só Corpo, pela Comunhão do mesmo pão da vida que é Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo (1 Cor 10, 17) (IGMR 83).
4ª. Comunhão – o sacerdote comunga o Corpo e o Sangue de Cristo. Em seguida, distribui aos fiéis a hóstia consagrada. Em nosso Paróquia, a Comunhão é feita sob as duas espécies: pão e vinho (Corpo e Sangue). O sacerdote molha parcialmente a hóstia no Sangue do Senhor (intinção) antes de o fiel recebê-la.
5ª. Oração após a Comunhão: é o fechamento da Liturgia Eucarística, momento em que o sacerdote pede a Deus as graças necessárias para que possamos viver no dia a dia tudo aquilo que nos foi manifesto durante a missa.
O rito de conclusão da Santa Missa consta de (IGMR 90):