A misericórdia muda o coração e recoloca a vida nos sonhos de Deus

Papa Francisco na Sala Paulo VI com peregrinos da Diocese de Caserta e Cápua (Vatican Media)

“Em vez de olhar para a escuridão do passado, para o vazio de um sepulcro, de Maria Madalena aprendemos a nos voltar para a vida. Nosso Mestre nos espera lá. Nosso nome é pronunciado ali. Porque na vida real há um lugar para nós, sempre e em todo lugar. Há um lugar para ti, para mim, para todos. Ninguém pode pegá-lo, porque ele sempre foi projetado para nós”, disse o Papa aos milhares de peregrinos que lotavam a Sala Paulo VI na Audiência Jubilar deste sábado.

Neste sábado, 1º de fevereiro, foi realizada a 2ª Audiência Jubilar deste Ano Santo dedicado à esperança. Nesta ocasião o Santo Padre recebeu na Sala Paulo VI os peregrinos das Dioceses de Cápua e Caserta, que vieram em peregrinação ao Vaticano acompanhados por seu pastor, dom Pietro Lagnese.

Na sua catequese intitulada “Esperar é voltar-se para Maria Madalena”, o Papa recordou a importância de reconhecer o Ressuscitado nas pessoas comuns e voltar-nos para a vida, citando o exemplo de Maria Madalena no Evangelho de João. “O Jubileu é um novo começo e tudo deve ser repensado dentro do sonho de Deus”, acrescentando:

Também para nós, a experiência da fé foi estimulada pelo encontro com pessoas que na vida souberam mudar e entraram, por assim dizer, nos sonhos de Deus. De fato, ainda que no mundo haja tanta maldade, podemos distinguir quem é diferente: a sua grandeza, que muitas vezes coincide com a sua pequenez, conquista-nos.

Neste sentido, “nos Evangelhos, observou o Papa: a figura de Maria Madalena destaca-se acima de todas as outras por causa disso. Jesus curou-a com misericórdia e ela mudou.

Maria Madalena “voltou-se para”

O Papa citou o Evangelho de João que narra o encontro de Maria Madalena com o Ressuscitado. Naquele encontro diante do sepulcro, “é repetido várias vezes que Maria se voltou. O Evangelista escolhe bem as suas palavras!”, explicou o Papa. “Em lágrimas, Maria Madalena olha primeiro para o sepulcro, e então volta-se: o Ressuscitado não está do lado da morte, mas do lado da vida”.

Ao ouvir o seu nome pronunciado por Jesus, Maria volta-se novamente. “É assim que a sua esperança cresce: agora vê o sepulcro, mas não como antes”. Agora “pode enxugar as suas lágrimas, porque ouviu o próprio nome: só o seu Mestre o pronuncia assim. O velho mundo parece ainda estar lá, mas já não está”.

Aprender a esperança

“De Maria Madalena, a quem a tradição chamou ‘apóstola dos apóstolos’, aprendemos a esperança”, disse Francisco. “Entra-se no mundo novo convertendo-se mais de uma vez. A nossa caminhada é um convite constante para mudar de perspectiva”. Neste ponto Francisco convida os presentes (e também a nós) a se perguntarem: sei como me voltar e olhar para as coisas de forma diferente? Tenho desejo de conversão?”.

Reconhecer o Ressuscitado

O Santo Padre nos ensina que “um eu demasiado confiante e orgulhoso impede-nos de reconhecer Jesus Ressuscitado: ainda hoje, com efeito, a sua aparência é a de pessoas comuns que facilmente ficam para trás”.

Referindo-se à passagem do Evangelho de João afirma ainda: “Em vez de olharmos para as trevas do passado, para o vazio de um sepulcro, com Maria Madalena aprendemos a voltar-nos para a vida. É ali onde o nosso Mestre espera-nos. É ali onde o nosso nome é pronunciado”.

“Porque na vida real, disse Francisco ao concluir: há um lugar para nós. Há um lugar para ti, para mim, para cada um. Ninguém o pode pegar, porque desde sempre foi concebido para nós. Todos podem dizer: eu tenho um lugar, eu sou uma missão!”

Jane Nogara – Cidade do Vaticano

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