O Sacramento da Ordem, ou melhor, do sacerdócio, foi instituído por nosso Senhor Jesus Cristo na última ceia, na Quinta-feira Santa antes de sua morte. “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é meu corpo”. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: “Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados. Digo-vos: doravante não beberei mais desse fruto da vinha até o dia em que o beberei de novo convosco no Reino de meu Pai” (Mt 26,26-29).
Vemos aqui a missão sacerdotal de Jesus, que levou para Si a plenitude do sacerdócio. Não mais como na antiga aliança, agora, Ele próprio, é o sacerdote por excelência, oferecido na cruz como sinal de reconciliação de Deus para com os homens, tornando-se assim sacerdote-vítima-altar na cruz para a nova aliança com os filhos de Deus.
Como nos diz o Catecismo da Igreja Católica ( CIC 1536 ): O sacramento da Ordem é o sacramento o qual a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até os fins do tempos.
PORQUE SE CHAMA SACRAMENTO DA ORDEM?
1537 – 1538 Ordem indica um corpo eclesial, do qual se passa a fazer parte, mediante uma especial consagração (Ordenação), a qual, por um particular dom do Espírito Santo, permite exercer um poder sagrado em nome e com a autoridade de Cristo para o serviço do povo de Deus.
Cristo sendo o único mediador fez da igreja um Reino de Sacerdotes para Deus. Através deste sacramento o sacerdote é promovido para sempre exercer o serviço de Cristo Profeta, Rei e Sacerdote.
Profeta porque é aquele que dá testemunho da verdade. Rei porque realmente Ele é, e que na Cruz se manifesta e expressa que se trata de uma realeza que se instaura pelo sacrifício lembrando-se da semelhança com Melquizedeque que era sacerdote e rei.
Portanto, ao olharmos um sacerdote, vemos meramente um homem, mas verdadeiramente é um ungido de Deus, o qual foi retirado do meio do povo, consagrado e enviado a eles novamente para os santificar. Por isso ao aproximarmos do sacerdote devemos beijar as suas mãos não por engrandecimento dele, mais sim porque através de suas mãos Jesus se faz presente no altar para nos alimentar, se faz presente na confissão para nos perdoar, se faz presente na unção dos enfermos para sanar nossas feridas. Por isso, ser sacerdote é algo exuberante e inestimável diante dos homens, não mérito nosso mas, de Cristo que os chama a ser médicos para aqueles que precisam, alívio para aqueles com dor e ser consolo para os tristes.
São João Maria Vianney falava: se o homem compreendesse o que é um sacerdote na terra, morreria de amor. São Francisco de Assis mencionava que, se andando pelas ruas encontrasse um anjo e um sacerdote, primeiro beijaria a mão do sacerdote e depois falaria com o anjo. Sendo deste modo irmãos, é através das mãos sacerdotais que o Cristo vem a terra todas as vezes que o padre celebra a missa. Nela, o sacerdote tornando-se o próprio Cristo no altar, ou melhor, dizendo em latim se torna in Persona Cristi.
A expressão “in persona Christi“ quer dizer, literalmente, na pessoa de Cristo e só pode ser atribuída aos sacerdotes e ministros ordenados. Ela significa que quando o sacerdote age, ele o faz na pessoa de Cristo, ou seja, não é ele quem está agindo, mas Cristo.
Portanto nesta Quinta-feira Santa na qual recordamos a instituição do sacerdócio, rezemos por todos os sacerdotes, pedindo a Virgem Maria, mãe dos sacerdotes, que os ajudes na missão que Cristo a eles confiou, a de conduzir seu povo santo ao caminho do céu.
Fonte:Por Sem. Jonathan Magaywer Barbosa de Lima
Catecismo da Igreja Católica ( CIC)