A devoção à santíssima virgem Maria

Bem-aventurada Virgem Maria das Dores

Por Dom Pedro Cunha Cruz
Bispo Diocesano de Campanha – MG

 

Na oportunidade do mês Mariano, é importante sublinhar alguns aspectos da devoção à Virgem Maria. A intercessão e o culto aos santos já são uma experiência vivida e reconhecida pelo povo de Deus; e neste sentido, se destaca a devoção à Maria Santíssima. Na comunidade dos santos Maria ocupa um lugar único, pois foi chamada a ser a Mãe dos homens. Esta é a razão pela qual o culto a Maria se difere da devoção aos demais santos.

A expressão saudável e equilibrada do culto e veneração a Maria na piedade cristã, nunca deve ser desfocada da figura de seu filho Jesus Cristo; esta é a dimensão cristocêntrica desta piedade. Isto quer dizer que quanto mais o cristão se configura à imagem de Cristo, mais ele deverá sentir-se filho de Maria e, assim, viver uma vida que não contrarie a vontade de seu Filho, pois Ele é o fim último da verdadeira devoção mariana.

O Concílio Vaticano II esclareceu a missão de Maria no mistério de Cristo e da Igreja, e os deveres dos fiéis para com ela. Ela “ocupa na Igreja o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós” (LG 54). É importante destacar que a devoção ou o culto à Maria Santíssima não diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, a incrementa e potencializa; não impele, mas favorece a união dos fiéis com Cristo.

Ainda no espírito do Concílio, de um lado os fiéis, filhos e filhas da Igreja, promovam generosamente o culto à Virgem Maria, sobretudo o litúrgico. De outro, o mesmo “exorta aos teólogos e os pregadores da Palavra divina a que, na consideração da singular dignidade da Mãe de Deus, se abstenham com diligência tanto de todo falso exagero quanto da demasiada estreiteza de espírito. Ademais, saibam os fiéis que a verdadeira devoção não consiste num estéril e transitório afeto, nem numa certa vã credulidade, mas procede da fé verdadeira pela qual somos levados a reconhecer a excelência da Mãe de Deus, excitados a um amor filial para com nossa Mãe e à imitação das suas virtudes” (LG 67).

Durante a pandemia, fomos agraciados com o apelo do Papa Francisco sobre a “maratona” de oração pelo fim da pandemia e da guerra na Ucrânia, motivando os fiéis a descobrirem a beleza da oração do terço em família e, deste modo, intensificando e renovando nossa devoção à Virgem Maria. Maria Santíssima sempre volta os seus olhos misericordiosos para os seus filhos, sobre tudo nos momentos mais delicados da nossa história. Ela é a mãe solícita na hora de tribulação, porque nos guia para o seu Filho, príncipe da paz.

As palavras do Santo Padre são ricas e inspiradoras: “No início do mês dedicado a Nossa Senhora, nós nos unimos em oração com os fiéis e com todas as pessoas de boa vontade, para confiar às mãos de nossa Mãe Santíssima toda a humanidade, duramente provada por este período de pandemia e de guerra”. A cada dia deste mês de maio, confiaremos a Vós, Mãe de Misericórdia, as muitas pessoas que sofrem com a fome, o desterro, a violação dos direitos e outras formas de sofrimento; dos nossos irmãos e irmãs falecidos, das famílias que vivem a dor e a incerteza do amanhã. Não cabe mais espaço para o conflito armado no nosso mundo; não podemos retroceder, pois já aprendemos muito com as grandes guerras da nossa história. Nosso grito deve ser de paz e pela vida. Não à cultura de morte e violência. A humanidade deve se empenhar cada vez mais na construção da solidariedade, do diálogo e do amor mútuo. Mãe do Socorro, acolhei-nos sob o vosso manto e protegei-nos, sustentai-nos na hora da provação e acendei em nossos corações a luz da esperança pelo futuro.

Confiemo-nos à Mãe de Deus na Esperança de um novo amanhã e de um mundo melhor, onde seguiremos o caminho da fraternidade, da reconciliação e do amor mútuo. Maria, rainha da paz, rogai por nós!

Fonte: CNBB Leste2

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