Pe. Martin M. Barta
Assistente Eclesiástico Internacional da ACN
O Cardeal Comastri, Arcipreste emérito da Basílica de São Pedro, gosta de contar uma experiência pessoal que o impressionou profundamente: “Um dia, quando eu estava em Roma esperando um táxi com Madre Teresa para nos levar ao Vaticano, um carro que estava passando parou e o motorista, que tinha reconhecido Madre Teresa, perguntou feliz: ‘Madre, o que é que a senhora está esperando?’. ‘Estou esperando o Céu, meu filho’, respondeu Madre Teresa sem delongas.”
Somente uma santa, que amava o Céu e o trazia em seu coração, poderia ter dado uma resposta assim, tão direta. Em nossa vida cotidiana, muitas vezes esquecemos que temos origem no Céu e que estamos a caminho do Céu. O Paraíso nos parece uma realidade nebulosa, perdida e fora do mundo, até mesmo “incerta”. Na melhor das hipóteses, para a maioria das pessoas, o Céu é algo muito distante, que se reprime ao longo da vida para não ter de se confrontar com a questão da morte e do “depois”. Mas será que Jesus não desceu do Céu à terra a fim de nos abrir o acesso à Pátria eterna?
“Arrependei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo”. Estas são as primeiras palavras da pregação pública de Jesus. Ele mesmo é o Reino dos Céus. Onde quer que o amor de Deus tenha chegado nesta terra, já se pode experimentar algo da realidade celestial. Jesus deu à sua Igreja as chaves do Reino dos Céus e aos sacerdotes o pleno poder de fazer descer o Céu a esta terra por meio dos sacramentos. Ele nos deu a si mesmo, o Pão do Céu, e o Espírito Santo como dom do Alto.
Todas as pessoas, até mesmo as que não têm fé, trazem em si uma esperança pelo Céu. Desejamos especialmente que os falecidos, que nos eram queridos, cheguem a um “Lugar de Felicidade” e que possamos um dia vê-los novamente. Ainda assim, em muitos lugares o Céu é ridicularizado, descartado como um consolo barato, e obscurecido pela violência, ódio e sofrimento no mundo. Mas, justamente porque há tanta injustiça e maldade, o Paraíso tem de existir. Não seria injusto se todo crime ficasse impune, se toda vítima de violência permanecesse para sempre apenas como vítima? O Céu é a resposta definitiva a todo o mal, a única que pode trazer justiça e reparação aos que, sendo inocentes, suportam o sofrimento.
Certa vez uma franciscana, a Irmã Sebalda, perguntou meio sem pensar a um menino paralítico: “Robi, você também não preferiria poder caminhar?”, o menino respondeu de modo espontâneo: “Sim, se não existisse um Paraíso, então gostaria, sim!” É a essas almas puras que pertence o Reino dos Céus. Nossa Senhora quer fazer-nos entender mais profundamente os segredos do Céu, especialmente no mês de outubro, através do Rosário. Ela nos entrega o Rosário como uma escada celeste que nos leva até Deus. Obrigado, caros amigos, porque por meio de sua fé e de seu amor, irradiam no mundo a glória e a alegria do Céu.
Fonte: Eco do Amor – Fundação Pontifícia ACN