Por Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo administrador apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.
Teve início, com o dia dos pais, mais uma Semana Nacional da Família, com o tema “A alegria do amor na família, a chamada “igreja doméstica”, com o lema: “Dá e recebe, e alegra a ti mesmo” (Sir 14,1).
Nestes tempos difíceis, os problemas se tornam uma oportunidade de crescimento, de amadurecimento, de vivência mais profunda da fé (cf. Papa Francisco, Amoris Laetitia). Precisamos, pois, “resgatar a alegria do amor na família. Uma alegria cheia de sentido, profunda, aquela que brota do coração de cada lar cristão, como fruto do fortalecimento dos vínculos conjugais que unem os filhos e vencem juntos obstáculos e crises, porque foram sustentados pela fé. Somente um verdadeiro amor pode trazer a alegria que vem de Deus. A família que persevera na oração, usa de criatividade para oferecer seus dons à comunidade eclesial na caridade, abrir as portas de sua casa, de modo que a igreja doméstica seja evangelizadora, em saída, para tocar e santificar o mundo. Mas também suas portas estarão abertas para acolher, acompanhar, discernir e integrar todos os casais e as famílias que precisam reencontrar a fonte do verdadeiro amor e da verdadeira alegria: Jesus Cristo” (Dom Ricardo Hoepers, Bispo presidente da Comissão Episcopal da CNBB para a Vida e a Família).
A Igreja sempre deu enorme importância à família, tratando-a como “Igreja doméstica e santuário da vida”, porque ambas nos transmitem a Fé: “tal como uma mãe ensina os seus filhos a falar e, dessa forma, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, ensina-nos a linguagem da fé, para nos introduzir na inteligência e na vida da fé” (C.I.C. n.171).
E o Papa Francisco nos recorda o quanto “é importante que os pais cultivem as práticas comuns de fé na família, que acompanhem o amadurecimento da fé dos filhos” (Carta Enc. Lumem Fidei, 53). E nos ensinou a rezar assim: “Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, escolas autênticas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas”. Assim, reinará o amor e a alegria nas famílias.
“A alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja. Apesar dos numerosos sinais de crise no matrimônio, o desejo de família permanece vivo, especialmente entre os jovens… Cada família tem diante de si o ícone da família de Nazaré, com o seu dia-a-dia feito de fadigas e até de pesadelos, como quando teve que sofrer a violência incompreensível de Herodes, experiência que ainda hoje se repete tragicamente em muitas famílias de refugiados descartados e inermes. Como os Magos, as famílias são convidadas a contemplar o Menino com sua Mãe, a prostrar-se e adorá-Lo. Como Maria, são exortadas a viver, com coragem e serenidade, os desafios familiares tristes e entusiasmantes, e a guardar e meditar no coração as maravilhas de Deus. No tesouro do coração de Maria, estão também todos os acontecimentos de cada uma das nossas famílias, que ela guarda solicitamente. Por isso pode ajudar-nos a interpretá-los de modo a reconhecer a mensagem de Deus na história familiar” (Papa Francisco, Amoris Laetitia).