Seja bem-vindo(a) em nosso site oficial . Itabira (MG), 12 de novembro de 2025

12/11 Notícias em Geral Manhã do segundo dia da Assembleia Ampliada do CONSER tem assessorias sobre o cenário religioso no Brasil e em Minas Gerais
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Na manhã desta terça-feira, 11 de novembro, os participantes da Assembleia Ampliada do Conselho Episcopal do Regional Leste 2 (CONSER) refletiram sobre o atual cenário religioso brasileiro a partir de duas assessorias. As exposições foram conduzidas pelo Pe. Danilo Pinto dos Santos, assessor da Comissão para a Cultura e a Educação da CNBB, e pelo Diác. Adilson Raimundo de Souza, diácono permanente da Diocese de Divinópolis e superintendente do Instituto Axis.

O Pe. Danilo apresentou uma análise sobre a retração da religião institucionalizada e a diminuição da presença pública e social da fé, especialmente da Igreja Católica, ainda que Minas Gerais mantenha um índice de católicos acima da média nacional. Segundo ele, o debate atual gira em torno das causas dessa mudança, que podem estar ligadas à secularização, à migração para outras confissões ou à desconfiança nas instituições religiosas.

O assessor destacou também que o crescimento do grupo evangélico continua, embora em ritmo mais lento. Hoje, cerca de 26,85% da população brasileira se identifica como evangélica, com maior concentração nas regiões Norte e Centro-Oeste. Entre os fatores de desaceleração estão a fragmentação interna, a perda de novidade, a rigidez moral e o aumento do número de “desigrejados”, pessoas que se reconhecem na cultura evangélica, mas sem vínculo institucional.

Outro ponto abordado foi o aumento das pessoas que se declaram “sem religião”, especialmente entre jovens de 15 a 29 anos, residentes em áreas metropolitanas e com maior escolaridade. A maioria mantém a crença em Deus, mas sem filiação a instituições religiosas, o que pode indicar uma fase de “trânsito religioso” e desafios na transmissão da fé às novas gerações.

As religiões de matriz africana também apresentaram crescimento, sobretudo entre jovens escolarizados, influenciados por políticas de valorização da cultura afro-brasileira. Os espíritas mantêm alto nível de escolaridade e estabilidade em seu número de fiéis. Diante desse panorama, o sacerdote concluiu que o Brasil está “menos católico”, mas segue majoritariamente cristão, com um cristianismo mais plural e de espiritualidade individualizada. Entre as orientações pastorais sugeridas estão o fortalecimento das pequenas comunidades, a valorização dos ministérios e da presença das mulheres, a prioridade na iniciação cristã e o diálogo com os jovens e com as realidades urbanas e periféricas.

Na sequência, o Diác. Adilson Raimundo apresentou dados sobre a retração do número de católicos e o crescimento das igrejas evangélicas em Minas Gerais, com base no Censo 2022 e em estudos complementares. Em 2010, 70% da população mineira se declarava católica. Em 2022, o percentual caiu para 63%. No mesmo período, os evangélicos passaram de 20% para 24%, um aumento de 22,7% em dez anos. O levantamento também evidenciou o aumento do número de pessoas sem religião, especialmente entre jovens de 16 a 24 anos.

O estudo destacou a rápida expansão das igrejas evangélicas, com grande número de novos templos e atuação próxima às comunidades. Em contrapartida, a diminuição de católicos pode impactar o sustento das estruturas e das obras pastorais, além da representatividade da Igreja Católica nas esferas sociais e culturais. Diante dessa realidade, o diácono ressaltou a importância de fortalecer a iniciação à vida cristã e investir em estratégias de evangelização e presença pastoral diante das transformações religiosas e culturais do país.

Fotos: Matheus Dias

CNBB Leste 2

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