Cerca de 200 bispos de recente nomeação se reuniram com o Santo Padre na Sala Nova do Sínodo para uma manhã rica de atividades, entre discurso, diálogo e saudação pessoal.
O Papa recebeu na manhã desta quinta-feira os participantes do curso de formação para bispos de recente nomeação.
A audiência teve início com a entoação do canto do Veni Creator. Na sequência, em inglês, o Pontífice explicou a dinâmica do encontro, com um diálogo a portas fechadas e a oportunidade para cada um dos cerca de 200 bispos saudar o Papa pessoalmente.
Bem humorado, Leão iniciou seu discurso em italiano agradecendo aos organismos responsáveis pelo curso, entre eles o Dicastério para os Bispos, seu antigo escritório até ser eleito Papa: “Pensava também eu participar deste curso vestido de preto, porém…”.
O Santo Padre recordou “algo simples, mas não óbvio”: o dom recebido não é para si mesmo, mas para servir a causa do Evangelho. “Vocês foram escolhidos e chamados para serem enviados, como apóstolos do Senhor e como servos da fé”, afirmou, enfatizando a característica de ser servos chamados a servir a fé do povo.
“Talvez alguns de vocês estão se perguntando: por que eu fui escolhido? Pelo menos eu me pergunto”, brincou Leão, provocando risadas entre os presentes.
O serviço não é uma característica externa ou um modo de exercitar a função. Pelo contrário, àqueles escolhidos por Jesus pede-se liberdade interior, pobreza de espírito e disponibilidade ao serviço. Leão XIV citou seu predecessor, Francisco, que repetia que a única autoridade dos bispos é o serviço. “É um serviço humilde. É realmente importante que meditemos e busquemos viver essas palavras.”
Todavia, não é suficiente ter consciência da natureza do serviço ao povo de Deus, é preciso colocá-la em prática, de acordo com a situação de cada diocese.
“A crise da fé e da sua transmissão, junto às fadigas que dizem respeito à pertença e à prática eclesial, nos convidam a reencontrar a paixão e a coragem para um novo anúncio do Evangelho”, exortou o Papa.
As pessoas que tinham se afastado e voltam a bater à porta da Igreja, observou, às vezes não encontram linguagens e formas adequadas nas propostas pastorais. “E não devemos esquecer ainda outros desafios de caráter mais cultural e social, que dizem respeito a todos e que, de modo especial, interessam alguns territórios: o drama da guerra e da violência, o sofrimento dos pobres, a aspiração a um mundo mais fraterno e solidário, os desafios éticos que nos interpelam sobre o valor da vida e da liberdade.”
Neste contexto, concluiu o Papa, a Igreja envia os bispos como pastores zelosos, atentos, capazes de compartilhar o caminho, as interrogações, os anseios e as esperanças das pessoas; pastores que desejam ser guias, pais e irmãos para os sacerdotes e para as irmãs e irmãos na fé.
“Caríssimos, rezo por vocês, para que jamais falte o vento do Espírito e para que a alegria da ordenação, como perfume suave, possa se expandir também sobre aqueles a quem servirão.”
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