2º Domingo da Páscoa: A paz que vence o medo

Por Frei Gustavo Medella

 

“Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz esteja convosco’”. (Jo 20,19).

O medo sempre fecha portas. Do medo derivam a desconfiança, o sobressalto, a intolerância e até a violência. O medo fecha portas e corações. De corações extremamente amedrontados, que se tornam cegos pelo ódio e pelo fanatismo, nascem planos de morte e destruição. A intolerância é tamanha que não se contém em si e se extravasa em bombas mortíferas como aquelas que mataram centenas de cristãos no Sri Lanka em pleno Domingo da Páscoa da Ressurreição.

Apesar de todo medo e das portas fechadas, o Ressuscitado insiste em aparecer e propor o remédio para tantos males que afligem o ser humano: “A paz esteja convosco”. E ela, a paz, não chega explosiva, nem agressiva e não se impõe. Apresenta-se como sopro suave do Mestre apresentando o caminho da resistência pacífica como resposta a toda investida de violência e intolerância.

Celebrar o 2º Domingo da Páscoa, aquele dedicado à Divina Misericórdia, significa renovar a confiança na presença viva do Ressuscitado e no sopro divino com o qual ele deseja inflar os corações de seus discípulos e discípulas. Continuar celebrando a Ressurreição mesmo num cenário de dor e morte é empenhar-se cada vez mais na solidariedade para com aqueles que são vítimas da violência em suas mais variadas e tristes expressões. É perceber que, em cada morte violenta, um pouco da humanidade morre junto e, por isso, trabalhar com vontade e persistência na prevenção de todo e qualquer tipo de violência.

Fonte: Franciscanos


FREI GUSTAVO MEDELLA, OFM, é o atual Vigário Provincial e Secretário para a Evangelização da Província Franciscana da Imaculada Conceição. Fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores em 2010 e foi ordenado presbítero em 2 de julho de 2011. 

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